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09/02/2022 Literatura

Mulheres que fizeram a história da literatura brasileira

Escrito por Hexag Educacional @hexagmedicina
Mulheres que fizeram a história da literatura brasileira

As mulheres ao longo da história precisaram lutar para ocupar espaços que por muito tempo pertenceram aos homens. Na esfera literária, essa luta também se mostrou necessária, haja vista que em certo período histórico a alfabetização foi negada a elas por ser vista como “coisa de homem”. 

Algumas autoras publicaram suas obras sob pseudônimos masculinos e outras enfrentaram grandes dificuldades, assinando seus nomes verdadeiros. Essas mulheres pavimentaram a estrada para as escritoras de que falaremos neste artigo. Confira a seguir um pouco mais sobre as autoras brasileiras que ajudaram a construir a história da nossa literatura.

Mulheres que ajudaram a construir a história da literatura brasileira

A seguir falaremos mais sobre escritoras brasileiras que ajudaram a construir a história da nossa literatura.

Júlia Lopes de Almeida (1862-1934)

Júlia entrou para a história por ter lutado intensamente contra a escravidão. Casou-se com o escritor português Filinto de Almeida que dirigia a revista “A Semana”, editada no Rio de Janeiro.

Esse enlace facilitou a publicação das obras de Júlia em uma época em que não havia espaço para as mulheres na literatura. Dentre suas principais obras estão “O funil do diabo”, “A intrusa” e o livro de contos “Ânsia”.

Cora Coralina (1889-1985)

O poeta Carlos Drummond de Andrade conheceu a obra literária de uma exímia doceira e se encantou. Cora Coralina encantou também o Brasil com sua singeleza e qualidade. Seu primeiro livro “Poemas dos becos de Goiás e estórias mais” foi publicado quando ela já tinha oitenta anos de idade. 

A autora também escreveu contos que foram reunidos no livro “Estórias da casa velha da ponte”. Postumamente, foram publicados outros dois livros de poemas da autora “Vila boa de Goiás” e “Tesouro da casa velha”. 

Cecília Meireles (1901-1964)

Com apenas 18 anos, a carioca Cecília Meireles publicou seu primeiro livro de poesia, marcado pelo simbolismo. Também jornalista, escreveu textos bastante críticos em relação à baixa qualidade da educação e se preocupava com a formação do leitor. Foi responsável, em 1934, pela fundação da primeira biblioteca infantil do país.

Desenvolveu extensa obra voltada para as crianças justamente por se preocupar com a formação de leitores. Em 2001, Carlos Secchin fez uma compilação da obra completa de Cecília.

Raquel de Queirós (1910-2003)

A primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras, Raquel de Queirós, também foi a primeira a receber o Prêmio Camões. Um dos nomes mais proeminentes do que se conhece como “Romance de 1930”, que abrange outros escritores como José Lins do Rego, Graciliano Ramos e Jorge Amado.

Dentre suas obras se destacam “O quinze”, “Memorial de Maria Moura” e a coletânea “Cem crônicas escolhidas”.

Carolina Maria de Jesus (1914-1977)

Considerada uma das escritoras mais importantes da literatura brasileira, Carolina Maria de Jesus foi também a primeira escritora negra do país. Tendo vivido boa parte de sua vida na favela do Canindé, tornou-se conhecida pelo livro “Quarto de despejo: Diário de uma favelada”, publicado em 1960. 

A publicação e o sucesso do seu primeiro livro permitiram que ela se mudasse para o bairro Santana, de classe média. Dentre sua obra se destacam também “Pedaços de fome”, “Provérbios” e “Um Brasil para os brasileiros”. 

Clarice Lispector (1920-1977)

Clarice nasceu na Ucrânia, mas se mudou para o Brasil com apenas dois anos de idade, considerando-se então pernambucana. A autora desperta sentimentos contraditórios no grande público. Ao mesmo tempo em que sua figura é bastante querida, a sua obra é vista como prolixa.

Um dos seus livros mais lidos é “A hora da estrela”, tido como um dos mais simples. Outros títulos importantes são: “A paixão segundo G.H.” e “Felicidade clandestina”. Dona de uma escrita complexa, Lispector é uma das autoras mais relevantes de todos os tempos da literatura nacional.

Lygia Fagundes Telles (1923-)

Considerada como uma das escritoras mais autênticas da nossa literatura, é contemporânea de Clarice Lispector. Lygia se formou em educação física e teve incursões no Direito. No entanto, foi no campo das letras que se consolidou, tendo recebido um Prêmio Camões e outras honras. 

Na obra, os principais destaques ficam para “Seminário dos ratos” e a “Disciplina do amor” (contos) e para os romances “As meninas”, “Verão no aquário” e “As horas nuas”.

Hilda Hilst (1930-2004)

Hilda conheceu Lygia Fagundes Telles no curso de Direito e as duas se tornaram amigas. Deixando para trás uma vida de certa riqueza, Hilst era a única filha de um fazendeiro de café, dedicou sua vida à escrita. Durante a faculdade, publicou seu primeiro livro “Presságio”, que teve excelente aceitação. Em seguida, publicou “Balada de Alzira”.

Em 1964, se mudou para a fazenda de sua mãe no interior de São Paulo para ter uma vida mais tranquila e focada na literatura. Hilda escreveu teatro, poesia, contos e também trabalhou com tradução. Dentre seus principais títulos estão “Do desejo”, “O caderno rosa de Lory Lamby” e “Cartas de um sedutor”.

Adélia Prado (1935-)

A escritora Adélia Prado se consagrou como poetisa, no entanto, sua obra não necessariamente ressignifica os temas em que foca. Embora tenha mantido uma linha de escrita no decorrer de sua vida, é um nome de grande relevância para a literatura nacional. Também autora de prosa, tem como destaques de sua obra títulos como “Solte os cachorros” e “Bagagem e Terra de Santa Cruz”.

Nélida Piñon (1937-)

Nascida em Cotobade, veio ao Brasil ainda pequena. Tendo cursado jornalismo, desenvolveu extensa relação com revistas e jornais. Seu primeiro romance “Guia-Mapa de Gabriel Arcanjo” foi publicado em 1961. Sua literatura é bastante diversa, contando com títulos como “A casa da paixão” e “Sala de Armas”.

Essas são apenas algumas mulheres que ajudaram e ajudam a construir a história da literatura brasileira!

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