5 Dicas sobre regência verbal
Nos estudos de sintaxe da língua portuguesa, entramos em contato com expressões como regência verbal e regência nominal. Você sabe a que esses termos se referem? No artigo a seguir explicaremos o que é regência e daremos 5 dicas especiais a respeito da verbal. Vamos conferir?
Regência verbal e regência nominal: o que são?
A palavra regência é um substantivo abstrato que deriva do verbo reger. Por sua vez, esse verbo é equivalente a comandar, governar ou dirigir. Logo, regência indica uma forma de comando, governo e direção.
Na gramática, esse termo é aplicado no sentido amplo e restrito. No sentido amplo, regência se refere a subordinação em geral como no exemplo abaixo:
“Luciana estuda muito.”
Nesse exemplo, o advérbio muito está subordinado ao verbo estudar. Isso quer dizer que “muito” tem a função de intensificar o sentido do verbo a que se associa.
No sentido restrito, a regência diz respeito à necessidade ou não de complementar o verbo de acordo com a significação de nomes (substantivos, advérbios ou adjetivos) e verbos. Essa breve explicação corresponde ao que se entende por regência nominal e regência verbal.
O que é necessidade ou desnecessidade de complementação?
Acima mencionamos a necessidade ou não de complementação e, para que fique claro o conceito de regência, iremos nos aprofundar mais nesse tópico. Imagine que alguém te diz a seguinte frase sem nenhum contexto: “Fábio trouxe.”. Certamente você irá perguntar de volta: “Fábio trouxe o quê?”.
A resposta para essa pergunta pode ser “um refrigerante, uma torta, um amigo, entre outros”. Percebe que o verbo “trazer” tem a necessidade de um complemento para que seja compreendido? Se o verbo demanda um complemento, temos então a regência verbal.
Nos casos em que o complemento é demandado por um nome, temos a regência nominal. Um exemplo é: “O professor ficou abismado com algo”. Nesse caso, o adjetivo precisou de um complemento nominal. Viu como é relativamente simples compreender o conceito de regência?
Confira 5 dicas sobre regência verbal
Agora que já explicamos o que é regência verbal e nominal, listamos 5 dicas a respeito da primeira. Essas dicas têm o objetivo de sanar as principais dúvidas a respeito desse tópico que costuma aparecer bastante em provas do Enem e de vestibulares em geral.
Dica 1 – Verbo “ir” + preposição + substantivo feminino
O verbo “ir” demanda o uso de preposição. Em frases em que o verbo é seguido por substantivos femininos é necessário utilizar “a”. Os substantivos femininos são ligados ao artigo “a” nesses casos. Confira os exemplos a seguir:
“Quero ir à praia.”
“Quero ir à natação.”
“Quero ir à escola.”
Atenção!
Os verbos “chegar” e “ir” devem ser introduzidos pela preposição “a” e não “em”. Esse é um ponto que confunde muitas pessoas pelo fato de na linguagem popular ser feita tal substituição. Confira os exemplos abaixo:
“Cheguei a São Paulo.”
“Vou ao médico”.
Já os verbos “morar” e “residir” são introduzidos geralmente pela preposição “em”. Confira os exemplos abaixo:
“Ela mora em Santos.”
“Júlia reside em Santa Catarina.”
Dica 2 – “A” para indicar preferência
Outra dúvida que aparece bastante quando o assunto é regência verbal diz respeito a frases que apontam preferências entre duas opções. Para que fique mais claro, confira os exemplos a seguir:
“Eu prefiro cinema “a” teatro.”
“Prefiro ler “a” escrever.”
“Prefiro ir ao cinema “a” ir à praia.”
Há também a regência “Preferir uma coisa MAIS DO QUE outra”. Um exemplo que ilustra é: “Prefiro mais a música do que a pintura”.
Dica 3 – Verbo “assistir” no sentido de ver
Quando o verbo “assistir” é empregado com o sentido de ver algo, necessita da preposição “a”. Confira os exemplos:
“Eu assisto “à” novela.”
“Eu assisto “ao” filme.”
Dica 4 – Verbo “aspirar” com o sentido de inalar
Nos casos em que o verbo “aspirar” é utilizado no sentido de inalar, não é necessário adicionar preposição. Confira abaixo o exemplo:
“Eu aspiro o perfume das rosas.”
Atenção!
Outro verbo que não demanda o uso de preposição é “namorar”, confira abaixo:
“Luiza namora José.”
Dica 5 – Verbo “aspirar” com o sentido de desejar
Já nos casos em que o verbo “aspirar” é empregado no sentido de desejar, é necessário utilizar a preposição “a”. Confira o exemplo a seguir:
“Eu aspiro “a” um futuro melhor”.
Atenção!
Outro verbo bastante utilizado que apresenta duas regências é “visar”. Quando “visar” tem o sentido de mirar é necessário utilizar a preposição, como no exemplo:
“Disparou a flecha visando o alvo.”
Já quando “visar” tem o sentido de dar visto, não precisa de preposição como no exemplo:
“Visaram os documentos.”
Dica bônus – Verbos “simpatizar” e “antipatizar”
Esses dois verbos se destacam por exigirem o uso da preposição “com”, confira a seguir os exemplos:
“Simpatizo com Gustavo.”
“Antipatizo com a vizinha do segundo andar.”
Como esses verbos não são pronominais, quando são utilizados em construções acompanhados por pronomes oblíquos considera-se que essas estruturas estão erradas. Confira os exemplos abaixo:
“Simpatizo-me com Gustavo.”
“Antipatizo-me com a vizinha do segundo andar.”
Agora você já sabe o que é regência verbal e pode conferir as principais dicas!