A concordância verbal é um tema bastante cobrado na prova de Língua Portuguesa do Enem e vestibulares. Continue lendo para entender do que se trata e como ela se dá corretamente. Boa leitura!

O que é concordância verbal?

A concordância verbal caracteriza-se pela adaptação do verbo ao número e à pessoa do sujeito. A conjugação do verbo varia conforme:

• O número (singular ou plural);
• E a pessoa do sujeito (primeira, segunda ou terceira pessoa). 

Contudo, existem alguns casos específicos que se distanciam da estrutura sintática básica (sujeito simples + verbo + complemento). Nesses casos aparecem:

• Sujeitos compostos e indeterminados;
• Porcentagem;
• Expressões que indicam quantidade aproximada;
• Orações sem sujeito, entre outras. 

Em tais situações há recomendações específicas para fazer a concordância. 

Como se faz a concordância verbal? 

Basicamente, a concordância verbal consiste na adaptação da conjugação do verbo ao sujeito em número e em pessoa. O sujeito em questão pode estar no singular ou no plural e pode ser em 1ª, 2ª ou 3ª pessoa. Confira a tabela:

Na concordância verbal, a conjugação do verbo concorda com o sujeito a que se refere. Confira os exemplos a seguir: 

• Nós amamos muito esse livro. (Sujeito + verbo + complemento). 
• Tu amas muito esse livro. (Sujeito + verbo + complemento). 
• Eles amam muito esse livro. (Sujeito + verbo + complemento). 

Questões importantes

• Quando temos um sujeito composto (aquele que tem mais de um núcleo) a conjugação se dá no plural. 
• Se o sujeito for eu ou nós, então o verbo será conjugado na 1ª pessoa.
• Se não tiver 1ª pessoa, mas tiver tu ou vós, a conjugação do verbo se dá na 2ª pessoa. 
• O verbo é conjugado na 3ª pessoa se não tiver nenhum sujeito da 1° e nem da 2ª pessoa. 

Confira os exemplos abaixo:

• Jogamos no mesmo clube tu e eu. (nós = 1ª pessoa do plural). 
• Tu e teu amigo gostais dos mesmos filmes. (vós = 2ª pessoa do plural).
• O ouro e a prata valiam muito. (eles = 3ª pessoa do plural)

Concordância verbal: conheça os casos específicos

A seguir você pode conferir algumas dicas a respeito dos casos específicos de concordância verbal. 

Concordância com pronomes relativos

Pronome relativo que como sujeito da oração (sem ser predicativo de outra oração)

Nesse caso a concordância do verbo se dá com o termo antecedente: 

• Eu que estraguei tudo. 
• Não eram ele e a esposa que estavam sem lugar para sentar? 

Pronome relativo quem 

Nesse caso, a tendência é a do verbo ir para a 3ª pessoa do singular, mas também concordando com o termo antecedente. 

• Eu quem estragou tudo. (ou: Eu quem estraguei tudo). 
• Não eram ele e a esposa quem estava sem lugar para sentar? . (Ou: Não eram ele e a esposa quem estavam sem lugar para sentar?). 

Concordância em orações sem sujeito

Em orações sem sujeito, o verbo fica na 3ª pessoa do singular, ainda que os outros elementos na sentença estejam no plural. Confira exemplos:

• Choveu muito durante vários dias.
• Já passa das três horas! 

Concordância na locução verbal

Nos casos em que houver locução verbal (verbo auxiliar acompanhando um verbo principal), somente o verbo auxiliar fará a concordância com o sujeito. Confira os exemplos abaixo:

• O orientador e o orientando poderiam fazer mais reuniões. 
• Tu deves comprar muitos balões para o aniversário. 

Concordância com verbo haver

Concorda com o sujeito a que se refere quando possui sentido de ter ou quando funciona como locução verbal. Confira os exemplos:

• Nós três havemos de ter tranquilidade para resolver esse problema. 
• Muitos professores haviam desistido de ensinar a ele. 

Quando possui sentido de existir se mantém no singular porque se trata de uma oração sem sujeito. Confira os exemplos:

• Há muitas pinturas famosas naquele museu. 
• Haja o que houver, não desistiremos dessa viagem. 

Devemos observar que o verbo existir concorda normalmente com o sujeito:

• Existe algo assustador naquela casa. 
• Existem muitas coisas assustadoras naquela casa. 

Concordância com pronome “se”

O verbo permanece invariavelmente na 3ª pessoa do singular se a partícula “se” tiver função de índice de indeterminação do sujeito. Confira os exemplos:

• Trata-se de questões delicadas e pessoais. 
• Mora-se muito bem perto do lago. 

O verbo concorda com o sujeito quando a partícula “se” tem função apassivadora. Confira os exemplos: 

• Venderam-se muitos móveis. (Muitos móveis foram vendidos). 
• Vendeu-se apenas um móvel. (Apenas um móvel foi vendido).

O verbo também concorda com o sujeito a que se refere quando a partícula “se” tem função de pronome reflexivo. Confira os exemplos:

• Vestem-se para o desfile os modelos. (Os modelos se vestem para o desfile).
• Penteia-se toda manhã em frente ao espelho. (Ele se penteia toda manhã em frente ao espelho). 

Sujeito representado por expressão que indica quantidade aproximada

A concordância tende a ser no singular quando o sujeito é uma expressão indicativa de quantidade aproximada (grande parte de, a maioria de). Contudo, também pode acontecer no plural. Confira os exemplos:

• Boa parte dos alunos relatou um incômodo com o comportamento do professor. 
• A maioria dos moradores quiseram a mudança do síndico. 

Sujeito representado por porcentagem

Normalmente, o verbo concorda com o termo que especifica a porcentagem. 

• Na pesquisa, 85,6% dos entrevistados preferem a primeira alternativa. 

Quando o termo não está explícito é mais comum que o verbo concorde com o número.

• Na entrevista, 85,6% dos entrevistados preferem a primeira alternativa, enquanto 14,4% optaram pela segunda. 

Sujeito ligado por com

A conjugação do verbo é facultativa se o sujeito composto é ligado pela conjunção com. A tendência é seguir o número do primeiro sujeito lhe dando ênfase em detrimento aos outros que o acompanham. Porém, pode ir para o plural para ressaltar a participação de todos simultaneamente na ação. 

• O irmão mais velho, com a esposa e o filho, mudou-se para longe. 
• O gestor, com o vendedor e toda a equipe, fizeram um trabalho excelente. 

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