O pleonasmo nada mais é do que a repetição de ideias num mesmo enunciado, resultante do uso de termos distintos com o mesmo significado. É um recurso estilístico quando a redundância é proposital. Porém, quando ocorre sem a intenção do falante se torna um vício de linguagem. 

O que é pleonasmo?

Em linhas gerais, o pleonasmo consiste na repetição de uma ideia em um enunciado através do uso de palavras diferentes que possuem o mesmo sentido. Pode ser considerado uma figura de linguagem ou um recurso estilístico quando empregado propositalmente.

Caso o pleonasmo ocorra de forma não intencional é considerado um vício de linguagem. Tudo depende da intenção do enunciador ao produzir essa redundância em seu discurso. 

Conheça os tipos de pleonasmo

Existem alguns tipos de pleonasmo e como explicamos acima eles se caracterizam, basicamente, pela intenção do seu uso no enunciado. O fator de diferenciação está no uso enquanto recurso estilístico ou como vício de linguagem. Confira a seguir mais detalhes sobre cada um dos tipos. 

Pleonasmo literário

O chamado pleonasmo literário é aquele usado propositalmente. O seu uso é feito para enfatizar o significado daquilo que está sendo repetido. Em muitos casos, essa repetição oferece um caráter mais lírico ou poético para o discurso. A ênfase a um significado é uma forma de reforço da ideia que está sendo apresentada pelo autor. 

Confira um exemplo:

 “As doces águas do rio embelezavam o horizonte.”

O pleonasmo, nesse caso, está em “doces águas do rio”, pois as águas dos rios são sempre doces. 

A seguir você pode conferir outro exemplo de pleonasmo literário: 

“Quero vivê-lo em cada vão momento

E em seu louvor hei de espalhar meu canto

E rir meu riso e derramar meu pranto

Ao seu pesar ou seu contentamento”

(Vinicius de Moraes)

O pleonasmo nessa estrofe se encontra em “rir meu riso”. Embora seja uma redundância, é utilizado claramente para atribuir mais lirismo ao enunciado. 

Pleonasmo vicioso

Esse tipo de pleonasmo acontece quando são utilizados termos distintos com o mesmo significado num mesmo enunciado. Tal uso gera redundância no discurso de forma não proposital. O enunciador reproduz um termo de forma desnecessária para expressar uma ideia que já estava clara. 

Alguns termos, que possuem o mesmo sentido, podem ser usados em um enunciado gerando redundância. Em muitos casos essa redundância não é intencional e assim temos um vício de linguagem. Confira a seguir alguns exemplos desses termos: 

• Junto com;
• Principal protagonista; 
• Ciclo vicioso;
• Subir para cima;
• Descer para baixo;
• Entrar para dentro;
• Sair para fora; 
• Criação nova; 
• Gritar alto; 
• Inaugurar o novo;
• Congelar de frio. 

Objeto pleonástico

O conceito de objeto pleonástico refere-se à repetição de um complemento num mesmo enunciado com objetivo de enfatizá-lo. Normalmente, isso é feito com o uso de pronomes oblíquos átonos ligados a verbos. Para entender melhor esse conceito confira abaixo um trecho da obra “Quincas Borba” de Machado de Assis: 

“Quando Rubião chegou à esquina do Catete, a costureira conversava com um homem, que a esperara, e que lhe deu logo depois o braço; viu-os ir ambos, conjugalmente, para o lado da Glória”

Neste exemplo, o objeto pleonástico em questão é o trecho “viu-os ir ambos”. O pronome oblíquo “os” já estava representando os dois personagens, o homem e a costureira. O uso de “ambos” funciona como um reforço dessa ideia e por isso se constitui num objeto pleonástico. 

Confira outro exemplo:

“A mim, não me incomodas tu”. 

Nessa frase acima, temos o objeto indireto “a mim” sendo reafirmado na sequência pelo pronome “me”. Logo, temos outra ocorrência de objeto pleonástico. 

Pleonasmo x redundância: quais são as diferenças? 

O pleonasmo se caracteriza pela repetição de uma mesma ideia através do uso de termos que, juntos, se tornam redundantes. Quando a redundância acontece de forma não intencional no discurso se tem o chamado pleonasmo vicioso. 

No entanto, quando o pleonasmo acontece propositalmente, para dar ênfase a uma ideia do enunciado, então passa a ser uma figura de linguagem. Confira exemplos abaixo: 

Pleonasmo literário (uso proposital da redundância): 

“As águas salgadas do mar nos convidavam para um mergulho”. 

Redundância (quando a repetição desnecessária acontece de forma não intencional): 

“Eu desci lá embaixo para buscar o notebook”. 

Resumo sobre pleonasmo

• O pleonasmo consiste na repetição de uma ideia através do uso de palavras diferentes que possuem o mesmo sentido. 
• Considera-se uma figura de linguagem ou recurso estilístico quando o pleonasmo é usado propositalmente. 
• Porém, quando a repetição não é proposital, o pleonasmo é considerado como um vício de linguagem. 
• Existem alguns tipos de pleonasmo como o literário e o vicioso. 
• Há também o conceito de objeto pleonástico que se caracteriza pela repetição de um enunciado com objetivo de enfatizá-lo. 

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