Como as figuras de linguagem enriquecem a comunicação
As figuras de linguagem consistem em formas de expressão que se diferenciam da linguagem denotativa ou convencional. Esses recursos estilísticos são utilizados para oferecer ao texto um sentido além do literal. O uso dessas figuras contribui para enriquecer a comunicação. Continue lendo para saber mais.
O que são figuras de linguagem?
As figuras de linguagem são formas de expressão que se distanciam das regras da linguagem denotativa. Dessa forma, com o seu uso a comunicação pode se tornar plurissignificativa. O uso desse recurso permite que a interpretação do enunciado ultrapasse o sentido original.
Tipos de figuras de linguagem
Figuras de palavras ou semântica
Nessa categoria estão as figuras de linguagem focadas na exploração do sentido conotativo das palavras ou expressões. Confira quais são elas abaixo:
- Comparação – estabelece uma relação de comparação explícita entre dois termos. Exemplo: A confiança dela é como um diamante bruto.
- Metáfora – estabelece uma comparação implícita. Exemplo: O saber é a luz na escuridão.
- Metonímia – atua substituindo um termo por outro, desde que eles tenham relação. Exemplo: Acredita que comprei um Van Gogh? (autor pela obra).
- Catacrese – uso inadequado de um termo pela perda do seu sentido original. Exemplo: Como iríamos embarcar no ônibus sem tirar aquelas fotos?
- Perífrase ou antonomásia – substituição de um termo por outro, como um tipo de apelido. Exemplo: O leão é tido como o rei dos animais.
- Sinestesia – faz a combinação de dois ou mais sentidos. Exemplo: Percorri um doce caminho ouvindo os pássaros cantarem no calor da tarde.
Figuras de sintaxe ou construção
Neste grupo estão figuras de linguagem utilizadas na construção de textos que permitem trocar a ordem de concordância, regência de palavras e termos. Confira abaixo quais são as figuras de sintaxe:
- Elipse – recurso em que uma palavra ou expressão é ocultada da estrutura do enunciado. Exemplo: — Vou ligar para ela. Qual é o número? (de telefone).
- Zeugma – tipo de elipse em que se omite um termo mencionado anteriormente. Exemplo: Preferia os exercícios mais complexos aos mais simples.
- Anáfora – repetição de uma ou mais palavras no começo de orações ou versos. Exemplo: Eu devo desistir. Eu não devo temer. Eu não devo voltar.
- Pleonasmo – uso de algum termo dispensável para dar ênfase a uma ideia. Exemplo: Escutei com meus próprios ouvidos a declaração do presidente.
- Anacoluto – quando há falta de conexão sintática entre o começo da frase e a sequência. Exemplo: Aquela garota não sei de quem você está falando.
- Silepse – nesse caso há concordância ideológica (com a ideia) e não com o termo. Há três tipos de silepse.
- Silepse de gênero – quando não há concordância de gênero da ideia com o sujeito. Exemplo: A gente ficou tocado com o que houve (silepse de gênero).
- Silepse de número – nesse caso a concordância não é feita com a ideia. Exemplo: O grupo exigiu uma resposta, pois não aguentavam mais aquele silêncio.
- Silepse de pessoa – não há concordância com o sujeito. Exemplo: Os maratonistas estamos cansados dessas péssimas condições de prova.
- Hipérbato – inversão da ordem direta dos elementos da oração ou período. Exemplo: A arte brasileira é muito valorizada no exterior.
- Polissíndeto – repetição da conjunção “e”. Exemplo: E o gato miava e corria, e arranhava tudo o que aparecia pela frente.
Figuras de pensamento
Consistem em termos ou expressões usados em sentido figurado e que se relacionam ao campo do pensamento, ou seja, da ideia. Confira a seguir quais são as figuras de pensamento:
- Hipérbole – exagero do que está sendo comunicado. Exemplo: Estava com tanta fome que comeria até a mesa.
- Litotes – afirmação que se baseia na negação do contrário. Exemplo: Fabiano não é nada bonito, porém, tem excelentes assuntos.
- Eufemismo – uso de palavras ou expressões agradáveis para tornar uma declaração mais amena. Exemplo: Ele faltou com a verdade no depoimento.
- Ironia – sugere o contrário do que está afirmando. Exemplo: A boa vontade daquele atendente é louvável. Só precisei fazer tudo sozinho.
- Prosopopeia (ou personificação) – atribuição de características humanas a animais ou objetos inanimados. Exemplo: O cachorro conversou com o menino.
- Antítese – oposição entre palavras, ideias ou expressões. Exemplo: O ódio e o amor são dois lados da mesma moeda.
- Paradoxo ou oximoro – tipo de antítese que expressa uma contradição. Exemplo: Todos fingiam não ouvir, a garota gritava em silêncio.
- Apóstrofe – interrupção para invocar ou questionar. Exemplo: Não podia crer, ó céus, que aquele fato era real.
- Gradação – sequência de ideias. Exemplo: Ela era uma chata, uma insuportável, uma intratável. Impossível conversar com alguém assim.
Figuras de som ou harmonia
Essas figuras estão associadas à sonoridade de vocábulos ou expressões. Confira a seguir quais são essas figuras:
- Aliteração – repetição de sílabas ou consoantes. Exemplo: Minha mãe me mandou dizer tudo o que penso.
- Assonância – repetição de vogais. Exemplo: Onde estão o amor e a dor do trovador?
- Onomatopeia – a sonoridade da palavra está relacionada ao que ela representa. Exemplo: Hoje o bem-te-vi está triste.
- Paronomásia – uso de palavras semelhantes, mas com som, grafia e significado diferentes. Exemplo: Fez a descrição pedindo discrição com os colegas.
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