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19/04/2024 Português

José Lins do Rego: conheça sua biografia e suas obras

Escrito por Hexag Educacional @hexagmedicina
José Lins do Rego: conheça sua biografia e suas obras

 

Nascido em 1901, o paraibano José Lins do Rego é um escritor pertencente à Geração de 1930 do modernismo brasileiro. É o autor da obra “Menino de Engenho” que deu início ao chamado ciclo da cana-de-açúcar, livros a respeito da decadência dos engenhos do Nordeste. Continue lendo para saber mais.

Biografia de José Lins do Rego

O escritor José Lins do Rego nasceu em 3 de junho de 1901, em Pilar, na Paraíba. A mãe do escritor faleceu no mesmo ano em que deu à luz. Ela pediu que o filho fosse criado pelos avós e não pelo pai, João do Rego Cavalcanti, este morava em outra fazenda. Sua família era de donos de engenho. 

Maria, a tia do escritor, era quem cuidava dele. Quando ela faleceu, o garoto foi matriculado no Instituto Nacional do Carmo, na cidade de Itabaiana. Em seguida estudou no colégio diocesano Pio X, em João Pessoa. Posteriormente, foi para o Instituto Carneiro Leão e no Ginásio Pernambucano, em Recife.

Escrita e início da carreira

Em 1916, o futuro escritor leu a obra “O Ateneu” (1888), escrita por Raul Pompeia (1863-1895). Passados dois anos, leu “Dom Casmurro” (1899), de Machado de Assis (1839-1908). 

A partir da leitura dessas obras, José conheceu o realismo e o naturalismo brasileiros. Ingressou na Faculdade de Direito do Recife, em 1919, formou-se em 1923 e em 1925 assumiu o cargo de promotor da cidade de Manhuaçu, Minas Gerais. 

Publicação de “Menino de engenho”

Mudou-se para Maceió, em 1926 e trabalhou como fiscal até 1935. Paralelamente, escreveu para o Jornal de Alagoas. Em 1932, publicou seu primeiro livro, “Menino de engenho”, com recursos próprios. Essa obra recebeu o Prêmio da Fundação Graça Aranha. 

Novos caminhos profissionais 

Em 1935, José Lins do Rego se mudou para o Rio de Janeiro onde trabalhou como fiscal do imposto de consumo. No entanto, ele nunca deixou de escrever. Recebeu o Prêmio Felipe d’Oliveira pela obra “Água-mãe” (1941). Atuou como secretário-geral da Confederação Brasileira de Desportos, entre 1942 e 1954. 

Nessa fase foi contemplado com o Prêmio Fábio Prado pela obra “Eurídice” (1947) assim como o Prêmio Carmem Dolores Barbosa pela obra “Cangaceiros” (1953). Em 1955, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Faleceu em 12 de setembro de 1957, no Rio de Janeiro.

Características das obras de José Lins do Rego

O escritor paraibano José Lins do Rego integra a Geração de 1930 do modernismo brasileiro. As obras dessa fase se tornaram conhecidas como romances de 1930 e têm algumas características principais, como: 

  • Neorrealismo; 
  • Enredos dinâmicos; 
  • Reflexão sobre o mundo contemporâneo; 
  • Neorregionalismo;
  • Linguagem simples;
  • Temática sociopolítica; 
  • Determinismo;
  • Uso linguagem coloquial; 
  • Destaque do espaço narrativo;
  • Engajamento político-ideológico; 
  • Liberdade de uso da linguagem; 
  • Destaque para as características culturais e geográficas; 
  • Olhar crítico e realista em relação a sociedade brasileira. 

Temática da produção literária de José Lins do Rego

As obras de José Lins do Rego caracterizam-se pelo seu viés memorialista. Alguns dos seus romances narram a decadência do sistema de produção de cana-de-açúcar. Entre o final do século XIX e começo do século XX, esse sistema produtivo tornou-se defasado. 

Em sua narrativa há a apresentação de um sistema patriarcal que se caracteriza por seu caráter autoritário e violento. A temática central das suas obras está relacionada aos engenhos de cana-de-açúcar e a cultura nordestina. 

Ciclo da cana-de-açúcar

As obras do autor estão inseridas no chamado ciclo da cana-de-açúcar que evidencia:

  • Relações de trabalho abusivas pós-abolição da escravatura;
  • Contexto em que os trabalhadores estão sob o domínio opressor dos latifundiários;
  • O engenho de cana-de-açúcar como meio determinante do caráter e destino dos personagens.

O ciclo da cana-de-açúcar tem início com o romance “Menino de engenho” (1932) e termina com a obra “Fogo morto” (1943). Essa última obra fecha a narração do ciclo de decadência do latifúndio açucareiro. 

A questão social central trabalhada nos romances de 1930 é a vida precária dos trabalhadores rurais que vivem sob um regime praticamente escravista. Essas obras apresentam os perfis autoritários e de subordinação dessa estrutura de trabalho expondo injustiças e privilégios sociais. 

É um retrato da vida no Nordeste, do começo do século XX. Fase em que o país passava pela transição do cenário agrário e conservador para outro mais moderno e conservador. 

Obras de José Lins do Rego

Confira abaixo as obras do escritor José Lins do Rego: 

  • Menino de engenho (1932);
  • Doidinho (1933);
  • Banguê (1934);
  • O moleque Ricardo (1935);
  • Usina (1936);
  • Histórias da velha Totônia (1936);
  • Pureza (1937);
  • Pedra bonita (1938);
  • Riacho doce (1939);
  • Água-mãe (1941);
  • Gordos e magros (1942);
  • Fogo morto (1943);
  • Poesia e vida (1945);
  • Eurídice (1947);
  • Bota de sete léguas (1951);
  • Homens, seres e coisas (1952);
  • Cangaceiros (1953);
  • A casa e o homem (1954);
  • Roteiro de Israel (1955);
  • Meus verdes anos (1956);
  • Gregos e troianos (1957);
  • Presença do Nordeste na literatura brasileira (1957);
  • O vulcão e a fonte (1958).

Agora você conhece mais sobre a vida e a obra do escritor José Lins do Rego. Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag Medicina!

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