O que é ambiguidade? Definição e tipos
Saber o que é ambiguidade é importante para evitar utilizá-la de forma não intencional. Trechos, sentenças ou expressões linguísticas que apresentam mais de um entendimento possível podem levar a sérios problemas de comunicação.
A ambiguidade está presente em muitos diálogos e construções textuais, causando uma série de ruídos entre o emissor e o receptor. Continue lendo para entender melhor e saber como evitar escrever e falar frases ambíguas.
Afinal, o que é ambiguidade?
A ambiguidade pode ser conhecida também como anfibologia e se caracteriza por expressões, sentenças e trechos que possuem mais de um entendimento possível. Esses múltiplos significados podem causar dificuldades de comunicação e interpretações errôneas de enunciados.
Trata-se de um problema bastante comum na linguística e que se caracteriza por construções textuais e orais confusas. Em geral, esse problema tem relação com o léxico (escolha das palavras) e com a sintaxe (forma como as palavras são dispostas na sentença).
Ambiguidade: vício de linguagem
A ambiguidade é considerada como um vício de linguagem, ou seja, como algo que se distancia das normas padrão. Na escrita lírica e poética, a ambiguidade tende a ser aceita devido à maior liberdade criativa existente nesse estilo. No entanto, é fundamental evitá-la em textos acadêmicos, jornalísticos e em formas de comunicação informal, que prezem pela divulgação de informações precisas e objetivas.
A ambiguidade em alguns textos pode levar a uma interpretação errada do sentido e isso faz com que o objetivo de informar falhe. O ideal é evitar que haja qualquer tipo de duplo sentido na escrita, a menos que seja algo relacionado ao estilo do autor.
Conheça os tipos de ambiguidade
Na língua portuguesa, é possível identificar alguns tipos de ambiguidade que resultam da maneira como o próprio idioma é estabelecido. Confira a seguir mais detalhes sobre os tipos de ambiguidade existentes, conferindo alguns exemplos e formas de evitá-los.
Ambiguidade pelo uso indevido de pronomes possessivos
Tipo de ambiguidade que acontece geralmente quando há mais de um sujeito na sentença e isso faz com que não seja possível identificar a quem o pronome possessivo ou termo que indica posse se refere. Confira um exemplo:
“Fernanda pediu a César que pegasse seu casaco na sala”.
O casaco é de Fernanda ou de César? Para evitar que frases desse tipo se tornem ambíguas é importante evitar o uso do pronome seu ou sua. O mais indicado é usar dele ou dela, confira abaixo:
“Fernanda pediu a César que pegasse o casaco dele/dela na sala”.
Ambiguidade pelo uso inadequado de palavras
Neste caso, é a sintaxe da frase que torna difícil a compreensão, confira o exemplo abaixo:
“A menina mal-humorada resmungou enquanto esperava o lanche”.
Nesse exemplo, não tem como saber se a menina estava mal-humorada apenas enquanto esperava o lanche ou se é sempre mal-humorada. O posicionamento da palavra na frase torna possível chegar a essa conclusão.
Também dá para optar por outras construções em que são dados mais detalhes sobre a menina, caso em que o termo explicativo é apresentado entre vírgulas. Confira os exemplos abaixo:
“Mal-humorada, a menina resmungou enquanto esperava o lanche”.
“A menina, sempre mal-humorada, resmungou enquanto esperava o lanche”.
Ambiguidade devido ao uso de forma indistinta entre pronome relativo e conjunção integrante
Esse tipo de ambiguidade acontece quando se faz o uso indistinto de um termo, que pode ser tanto pronome relativo (aquele que faz a retomada de um antecedente apresentado no começo da oração), como conjunção integrante (do tipo que introduz orações substantivas) dependendo de como for utilizado na frase. Confira o exemplo:
“Rita avisou a Júlia que estava terminando o trabalho”.
Nessa frase não tem como saber se quem estava terminando o trabalho era Rita ou Júlia. É possível resolver essa ambiguidade com a mudança de posição das orações.
“À Júlia, Rita avisou que estava terminando o trabalho”.
“Rita avisou à Júlia, que estava terminando o trabalho”.
Ambiguidade pelo uso indevido de formas nominais
Tipo de ambiguidade que acontece quando há o uso de verbos na forma nominal (gerúndio, infinitivo ou particípio). Confira o exemplo:
“O menino viu a vizinha correndo”.
Nessa frase, fica a dúvida a respeito de quem estava correndo, se era o menino ou a vizinha. Para resolver esse impasse, basta alterar a posição das orações, chegando, então, a:
“Correndo, o menino viu a vizinha”.
“O menino viu a vizinha, que estava correndo”.
A ambiguidade e a polissemia
Polissemia se refere a palavras que possuem mais de um significado dependendo do contexto em que estão inseridas. Os gramáticos consideram que a polissemia é uma ocorrência natural da língua portuguesa. É importante dizer que, mesmo estando relacionada à ambiguidade, não se deve confundi-las.
Para que fique mais claro, é interessante exemplificar. A palavra “pregar”, por exemplo, pode ter diferentes significados quando inserida em contextos distintos. Pode ser usada com o sentido de “pregar um sermão”, de “preguear um tecido” ou, ainda, de “pregar um prego”. Quando isolada, a palavra “pregar” pode causar dúvidas, no entanto, quando inserida em um contexto é fácil entender qual é o seu significado.
Evite a ambiguidade em seus textos para se fazer entender! Para conferir mais dicas de língua portuguesa, navegue pelos posts do blog do Hexag Medicina!