A zeugma é uma figura de linguagem importante por auxiliar na redução do uso de termos repetidos desnecessariamente. Dessa forma, a comunicação se torna mais direta e clara. No artigo a seguir você poderá entender melhor esse conceito e também o que é uma figura de sintaxe ou de construção.

Zeugma: figura de sintaxe

Como citamos acima, a zeugma é uma figura de linguagem que se encaixa na categoria de figuras de sintaxe ou de construção. As figuras de sintaxe têm como principal característica realizar a mudança de um período, isto é, atuam na estrutura gramatical da frase. Elas têm como objetivo oferecer mais expressividade para o texto.

Zeugma é uma figura de sintaxe. Basicamente, as figuras de sintaxe atuam no texto de várias formas, seja pela repetição, pela inversão ou ainda pela omissão de termos. As outras figuras de sintaxe são: elipse, pleonasmo, hipérbato (ou inversão), anacoluto, silepse, anáfora, assíndeto e polissíndeto. 

Entenda o que é zeugma

A figura de sintaxe chamada de zeugma é utilizada para a omissão de termos na oração com o objetivo de evitar que haja a repetição desnecessária de alguns termos, como substantivo ou verbo.

Esse é um recurso que oferece mais fluidez para a linguagem do texto. Ao usar zeugma é necessário utilizar vírgula. Além de ser utilizada na linguagem informal, é aplicada a textos poéticos e musicais. 

Exemplos de zeugma

A seguir você poderá entender melhor o conceito de zeugma a partir dos exemplos que extraímos da música e da literatura. 

“A vida é um grande jogo e o destino, um parceiro temível.” (Érico Veríssimo)

“O meu pai era paulista/Meu avô, pernambucano/O meu bisavô, mineiro/Meu tataravô, baiano.” (Chico Buarque)

“O colégio compareceu fardado; a diretoria, de casaca.” (Raul Pompeia)[

Zeugma x Elipse: quais são as diferenças?

A elipse é também uma figura de sintaxe e algumas pessoas a confundem com a zeugma. Contudo, existem diferenças entre elas. Vamos entender, primeiramente, o que é elipse?

O que é elipse?

A elipse é uma figura de linguagem que se caracteriza por omitir um ou mais termos que ainda não foram mencionados no discurso, mas que podem ser facilmente identificados pelo interlocutor. Confira o exemplo a seguir:

“Estávamos felizes com a resposta de Carlos.”

Nessa frase, é fácil identificar o termo oculto “nós” através da conjugação do verbo “estávamos”. 

Mas, quais são as diferenças entre zeugma e elipse?

Embora sejam algumas vezes confundidas, essas duas figuras de linguagem possuem diferenças entre si. Estudiosos do tema consideram que zeugma é um tipo de elipse, haja vista que se caracteriza também por omitir um ou mais termos da oração. A diferença básica entre esses dois recursos é que eles omitem.

A elipse omite um ou mais termos que ainda não foram mencionados, mas que o interlocutor pode identificar com facilidade. Por sua vez, a zeugma omite termos que já foram mencionados anteriormente no discurso. 

Confira os exemplos e entenda melhor a diferença: 

“Ficamos tristes com a notícia.” – A conjugação verbal nos permite identificar o pronome “nós” que foi omitido, isto é, temos um caso de elipse. 

“Luiza comeu mação, eu pera.” – Nesse caso, há a omissão do verbo “comer” no segundo período, logo, temos um exemplo de zeugma. 

Origem da palavra zeugma

A palavra zeugma vem do termo grego “zeygma” que significa “ligação”. 

Conheça outras figuras de sintaxe

A seguir você poderá conferir uma breve explicação sobre as outras figuras de sintaxe: pleonasmo, hipérbato (ou inversão), anacoluto, silepse, anáfora, assíndeto e polissíndeto. 

Pleonasmo

Consiste na repetição enfática ou redundância de um termo que está empregado desnecessariamente no discurso. Quando utilizado intencionalmente se chama pleonasmo literário. Porém, quando utilizado por desconhecimento da língua é um vício de linguagem. Exemplo: “A chuva molhada caía na rua.”. 

Hipérbato (ou inversão)

Trata-se do recurso em que a ordem direta dos termos da oração é invertida. Geralmente, a estrutura de acordo com a construção sintática é a seguinte: sujeito + predicado + complemento. Exemplo: 

“Feliz estava Pedro.”

Na construção sintática usual teríamos: “Pedro estava feliz.”

Anacoluto

Essa figura de sintaxe realiza a alteração da sequência lógica da estrutura da frase através de uma pausa no discurso. Exemplo:

“Esses políticos atuais, não se pode confiar.”

Se estivesse na sequência lógica, teríamos: “Esses políticos atuais não são confiáveis.”. 

Silepse

Nessa figura de sintaxe ocorre a concordância da ideia e não do termo empregado. Há três tipos de silepse:

Silepse de gênero

Ocorre quando não há concordância entre gêneros feminino e masculino. Exemplo: “São Paulo é linda.”

Silepse de número

Existe discordância entre o singular e o plural. Exemplo: “Um bando (singular) de cachorros (plural) uivavam para a lua.”

Silepse de pessoa

É o caso em que há discordância entre o sujeito (em terceira pessoa) e o verbo (em primeira pessoa do plural). Exemplo: “Todos os zagueiros (terceira pessoa) estamos (primeira pessoa do plural) levando chutes na canela nesse jogo.”. 

Anáfora

Caracteriza-se pela repetição de termos no começo das frases, é um recurso estilístico utilizado por vários escritores. Exemplo: “Se eu fosse, se eu olhasse, se eu fizesse.”. 

Assíndeto

Síndeto consiste em uma conjunção coordenativa usada para unir termos em orações coordenadas. Então, o assíndeto se caracteriza por ser a ausência dessas conjugações. Exemplo: “Rosana comprou maçãs para comer, (e) laranjas para fazer suco.”. 

Polissíndeto

Nesse caso, há a repetição da conjunção coordenativa (conectivo). Exemplo: “Cláudio berrava, e chorava, e brigava.”. 

Gostou de conhecer mais sobre zeugma e figuras de sintaxe? Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog do Hexag Medicina!