Para que serve a acentuação gráfica?
Quando você mergulha nos estudos de acentuação gráfica, se pergunta para que ela serve? Se isso acontece contigo, saiba que responderemos a essa questão no artigo a seguir. Então, que tal prosseguir na sua leitura e entender um pouco melhor sobre esse assunto?
Reflexões sobre a acentuação gráfica
Sabe aquela velha máxima de que não devemos nos comparar aos outros, pois sempre haverá alguém que parecerá melhor e alguém que parecerá pior? Isso é válido também para o sistema de acentuação da língua, pois muitos comparam o português com o inglês. Enquanto em nossa língua são utilizados acentos gráficos, no inglês eles não existem e o idioma passa muito bem sem eles.
Já quando a comparação é com o francês, há o entendimento de certo privilégio, haja vista que alguns vocábulos franceses chegam a ter dois acentos, como élève (aluno) e théâtre (teatro).
Com essas comparações, algumas pessoas acreditam que os acentos são inúteis, pois idiomas como o inglês não os utilizam ou que nosso sistema é mais simples em relação a outros como o francês. Porém, cada língua tem suas particularidades e a acentuação gráfica cumpre seu papel.
Acentuação gráfica: para que ela serve?
Conhecer a finalidade dos acentos gráficos demanda saber qual é a sua origem. O uso de acentos remonta a Grécia antiga, onde tinha a função de indicar a sílaba tônica, além de marcar os fonemas aspirados.
Obviamente, que os gregos não precisavam usar os acentos como “muletas” para saber pronunciar corretamente as palavras do seu próprio idioma. Da mesma forma que os brasileiros não precisam saber escrever para falar o português.
A acentuação gráfica, porém, tem grande utilidade para estrangeiros que desejam aprender a falar corretamente o português. Para os falantes nativos, os acentos podem parecer supérfluos. Logo, no Brasil, o uso de acentos cumpre a mesma função que tinha para os gregos. Eles são usados para indicar, quando houver necessidade, a prosódia, isto é, a colocação correta da sílaba tônica num vocábulo.
Usando os acentos gráficos
Os vocábulos podem ser oxítonos (última sílaba é a tônica), paroxítonos (penúltima sílaba é a tônica) e proparoxítonos (antepenúltima sílaba é a tônica). Palavras que têm sua pronúncia de acordo com o esperado pelos falantes não são acentuadas.
Dessa forma, os acentos gráficos são utilizados em palavras que têm suas pronúncias fora do normal, ou seja, que não seguem a maioria. Recebem acentos gráficos somente 20% dos vocábulos em português, apenas aquelas palavras cuja pronúncia não atende as expectativas.
Paletó e sábado: por que tem acento gráfico?
Se você está no grupo daqueles que gostam de decorar regras, vai gostar de saber por que essas duas palavras são acentuadas. Sábado recebe acento agudo porque é uma palavra proparoxítona. Todas as palavras proparoxítonas são acentuadas.
Já paletó é uma palavra oxítona terminada com a letra “o”. O acento gráfico é empregado em palavras oxítonas terminadas em “a”, “e” e “o”, sejam elas seguidas ou não de “s”.
Por que essas são as regras?
Na língua portuguesa, boa parte das palavras terminadas em “o” é paroxítona, ou seja, não precisa de acento. Alguns exemplos são as palavras: campo, sapato, ovo, palito entre outras.
Dessa forma, essas regras empregadas nas palavras sábado e paletó indicam que há uma pronúncia inesperada para esses dois vocábulos terminados em “o”. Viu, como é fácil compreender a lógica dos acentos gráficos?
Conceitos básicos de acentuação gráfica
Confira a seguir alguns conceitos básicos do uso de acentos gráficos em português.
Posição da sílaba tônica
De acordo com a posição da sílaba tônica, é possível definir o uso de acento.
Proparoxítona
Nessa categoria estão palavras cuja sílaba tônica é a antepenúltima da palavra. Exemplo: pálido.
Paroxítona
São as palavras cuja sílaba tônica está na penúltima sílaba. Exemplo: palito.
Oxítona
Ocorre quando a sílaba tônica está na última sílaba. Exemplo: paletó.
Uso da acentuação gráfica
A Reforma Ortográfica não mudou nada nas regras básicas.
Palavras proparoxítonas – Todas recebem acento gráfico. Exemplos: elétrico, ínterim, máximo, cálice.
Observações:
– Déficit (acentuada pela consagração do uso) ou défice (forma que foi aportuguesada) ou deficit (forma latina que não possui acento);
– Sub judice, habitat (formas latinas);
– Recorde (forma registrada) e récorde (forma utilizada usualmente, porém, sem registro nos dicionários).
Palavras paroxítonas
Os acentos somente são utilizados em palavras com terminação em:
ão(s) – órgãos, órfãos, órfão;
ã(s) – ímã, órfãs;
u(s) – jiu-jítsu, bônus, vírus;
um – álbum, fórum, quórum;
uns – álbuns, fóruns, quóruns;
om – rândom, iândom;
ons – íons, nêutrons, prótons;
i(s) – táxi, júri, tênis, lápis;
R – éter, júnior, Méier, açúcar, destróier;
N -pólen, próton, elétron, hífen;
ps – bíceps, tríceps, fórceps;
L – nível, amável, túnel;
X – látex, ônix, Fênix, tórax.
Ditongos
Palavras que têm ditongos são acentuadas, como: séries, armário, enxáguem, cárie, prêmios, arbóreo, mútuo, bilíngue.
Não recebem acentuação gráfica
Não devem ser acentuadas palavras paroxítonas cuja terminação seja em:
em – item, ordem, nuvem, cantem;
ens – nuvens, ordens, polens, hifens;
o(s) – solo, sapato, coco, rolos;
e(s) – aquele, neve, dotes;
am – falam, estavam, cantam.
a(s) – bola, fora, rubrica, caldas;
Agora você já sabe para que serve a acentuação gráfica!