A ironia, também chamada de antífrase, é uma figura de linguagem que se caracteriza por dizer algo usando expressões que significam o seu oposto. Continue lendo e saiba mais sobre esse recurso estilístico.

O que é ironia?

A ironia é uma figura de linguagem classificada como figura de pensamento. Esse recurso se caracteriza pela comunicação de uma mensagem por meio de expressões que remetem ao sentido oposto. O uso da ironia é relativamente comum, pois se trata de um recurso estilístico versátil. 

Origem da palavra ironia

Ironia é uma palavra originada do grego “eironéia” que significa “dissimulação”. Como mencionamos, essa figura de linguagem também é chamada de antífrase. Esse termo, por sua vez, também vem do grego “antiphrasis” que significa “expressão contrária”. 

Os tipos de ironia

Normalmente, a ironia é distinguida a partir das suas fontes podendo ser:

• Ironia verbal (ou ironia instrumental) – a fonte é o próprio indivíduo que fala.
• Ironia observável (ou ironia situacional) – nesse caso a fonte não é a mente do indivíduo e sim o contexto irônico em que ele se encontra. 

Ironia verbal

Refere-se ao discurso irônico, ao ato de falar ou representar algo, querendo dizer o seu oposto. Há a comunicação de algo se remetendo ao seu inverso. Geralmente, a ironia é usada propositalmente no discurso. Contudo, nem sempre o interlocutor perceberá. 

Nessa categoria há:

• Ironia oral – quando se fala algo com a intenção de se referir ao seu oposto.
• Ironia dramática – ocorre quando em obras artísticas, os leitores ou espectadores, captam a ironia e os personagens dentro da história não.

Ironia observável

Diferente da ironia verbal, a observável, diz respeito ao que acontece no campo da ação e da realidade. O contexto é irônico por si só, podendo ou não ter relação com a fala de alguém ou algum discurso. 

Exemplos do uso de ironia

A ironia é um recurso estilístico interessante para adicionar a produções artísticas. A seguir apresentaremos alguns exemplos de sua aplicação. A partir desses exemplos ficará mais simples entender como utilizar essa figura de linguagem em suas produções textuais. 

• “Que maravilha, o elevador está quebrado! Agora posso subir 15 lances de escada, bem pouco!”. Com certeza, o indivíduo dessa frase não está contente. 
• “Eu cozinho tão bem que sempre peço delivery”. Uma ironia para avisar que o indivíduo não sabe se virar na cozinha. 
• “Com essas doces palavras meu chocolate amargou”. Uma forma de criticar a maneira como outra pessoa fala. 
• “Canta tão maravilhosamente quanto uma hiena”. Certamente essa pessoa não passaria em um programa de calouros. 
• “Nossa, Sansão, você é um cãozinho muito bonzinho por ter rasgado o sofá e espalhado a espuma pela sala inteira”. O tutor desse pet terá muito trabalho. 
• “Quem foi o esperto que conseguiu estragar a fechadura?”. Refere-se a alguém que não pode ser considerado esperto por ter estragado algo. 
• “Laura olha para Fátima com a mesma ternura de uma cobra prestes a dar o bote”. Nessa frase fica claro que Laura não é terna e não gosta de Fátima. 
• “Seu trabalho é tão bom que quem contrata seus serviços não chama outra vez”. Uma frase que demonstra todo o descontentamento do cliente. 
• “Estou tão feliz que clonaram meu cartão do banco, agora não preciso me preocupar em gastar meu dinheiro.”. Evidentemente uma pessoa chateada.

Confira o trecho a seguir: 

“Foi reforçada a guarda. Construíram uma terceira cerca. As famílias de mais posses, com mais coisas para serem roubadas, mudaram-se para uma chamada área de segurança máxima. 

E foi tomada uma medida extrema. Ninguém pode entrar no condomínio. Ninguém. Visitas, só num local predeterminado pela guarda, sob sua severa vigilância e por curtos períodos.”

Esse trecho foi extraído de uma crônica de Luís Fernando Veríssimo. Conforme lemos, entendemos haver um condomínio no qual os moradores estão preocupados com a sua segurança. Porém, para se proteger dos criminosos que estão livre, os condôminos acabam virando prisioneiros. 

Essa situação por si seria uma ironia observável. Porém, como o autor narra o acontecimento então temos uma ironia verbal. Na literatura, a ironia é um recurso bastante utilizado para tornar o texto mais interessante para o leitor. 

Ironia e sarcasmo: qual é a diferença?

O sarcasmo, assim como a ironia, também utiliza expressões opostas para comunicar uma mensagem. Contudo, a diferença entre esses dois recursos estilísticos está no fato de que o sarcasmo costuma ser bem mais agressivo do que a ironia. Geralmente, o sarcasmo tem viés zombeteiro ou provocador.

Já a ironia é mais leve e menos óbvia, o deboche aparece de forma mais sutil. Então a diferença está no grau de agressividade do discurso. O sarcasmo é muito mais ácido do que a ironia podendo causar desconforto no interlocutor. Então é interessante avaliar qual o nível aceitável de deboche para optar pela ironia ou sarcasmo. 

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