A Química de Breaking Bad
Muitos voltaram suas atenções para a química depois do lançamento de “Breaking Bad” – uma série televisiva norte americana iniciada em 2008 com episódio final no ano de 2013.
A série mostra como um professor de química de ensino médio (Walter White, protagonizado por Bryan Cranston) se torna um grande “cozinheiro” de metanfetaminas (N-metillanfetamina), juntamente com um ex-aluno (Jesse Pinkman), após descobrir que possui câncer de pulmão e que não há reservas financeiras para sua esposa, Skyler, e seu filho Walter Jr.
Crystal Meth – A estrela química do show
Cristais de Metanfetamina
N-metilanfetamina ((S)-N-metil-1-fenil-propan-2-amina) é a droga central de Breaking Bad. Existem muitos artigos científicos sobre sua rota sintética além de sites e blogs na internet dedicados a este tipo de – digamos – receita!
Síntese Padrão
No início da série, Walter começa a síntese desta droga a partir de pseudoefedrina encontrada em remédios para congestão nasal e sinusite. É também desta maneira que é feita a metanfetamina no mundo real pelos chamados “cozinheiros”.
Basicamente a receita diz que se deve fazer a redução de efedrinas ou pseudoefedrinas para chegar até a droga. Mesmo sendo fácil, não é uma coisa tão inteligente assim. Primeiro por ser ilegal, segundo pela grande exposição a compostos químicos altamente tóxicos.
Nos EUA, a síntese das metanfetaminas é realizada por um método chamado “Vermelho, Branco e Azul” – Red, White, and Blue Process.
Vermelho = Fósforo (Substância simples encontrada nas caixas de fósforos de segurança);
Branco = efedrina ou online casino pseudoefedrina;
Azul = Iodo (para síntese de ácido iodídrico).
Fósforo e iodos são misturados para a formação do ácido iodídrico (HI) utilizado no processo de redução.
Síntese de metanfetamina a partir da redução do grupo OH
Como as metanfetaminas agem no corpo?
Dopamina
As metanfetaminas promovem uma liberação anormal de um importante neurotransmissor chamado dopamina que possui o efeito estimulante de certas regiões do cérebro, principalmente ligadas com vigilância e ação do coração.
Por um curto período de tempo, os usuários da mentanfetamina tem a sensação de estarem mais fortes e com mais energia. Acredita-se que uma parte significante das células que produzem a dopamina no cérebro sofram danos devido ao uso prolongado da droga. Como consequência destes danos, pode-se elencar a perda de memória e atenção, além das funções de tomada de decisão.
Usuária de Metanfetamina
Imagem da Campanha “Faces of Meth”: http://www.facesofmeth.us/