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17/02/2022 Química

Veja como funciona a datação por carbono-14

Escrito por Hexag Educacional @hexagmedicina
Veja como funciona a datação por carbono-14

A datação por carbono-14 é um dos métodos de datação histórica mais conhecidos, embora não seja o único possível. A base desse método é a investigação da proporção da presença de carbono-14 (forma instável de carbono) em amostras orgânicas. Continue lendo para saber como o processo é realizado. 

O que é a datação por carbono-14?

O carbono-14 é a forma instável do carbono, sendo um dos principais elementos que compõem os seres vivos. A origem desse elemento químico é a colisão entre os raios cósmicos e nitrogênio 14 existente na atmosfera da Terra.

A datação por carbono-14 nada mais é do que a busca pela presença desse elemento químico em amostras orgânicas. Podem passar por esse método de datação ossos, madeira, papel e madeira. 

Isótopo

Isótopos são átomos de elementos químicos que têm o mesmo número atômico (Z), porém, apresentam números de massa distintos. Por ter o mesmo número atômico é o mesmo elemento químico.

Esse conceito é fundamental para entender o processo de datação por carbono-14. O carbono-14 (C14) é um isótopo do carbono que se caracteriza por ser radioativo. Esse elemento é formado nas camadas superiores do planeta. 

Como funciona a datação por carbono-14?

Confira a seguir como funciona o método de datação por carbono-14. 

Coleta da amostra 

O primeiro passo para esse processo de datação é coletar uma amostra orgânica para análise. Para conseguir chegar a uma conclusão com esse método, basta ter alguns miligramas de amostra.

O passo seguinte é colocar a amostra em um equipamento chamado de espectrômetro de massa. O papel desse equipamento é realizar a “contagem” do percentual de átomos de carbono-14 que existe na amostra.

Amostras orgânicas

O método de datação por carbono-14 somente pode ser aplicado a amostras orgânicas. Isso porque apenas materiais orgânicos absorvem esse elemento químico no decorrer da vida.

A morte impede que o elemento continue sendo absorvido, ou seja, ele deixa de ser adicionado ao organismo. Por ser radioativo, o carbono-14 vai desaparecendo a uma taxa fixa. 

Estimando uma data

Ao identificar o percentual de carbono-14 de uma amostra e a taxa do seu desaparecimento é possível estimar uma data para esse objeto. Essa estimativa se relaciona com a meia vida do carbono-14 que é de 5730 anos. Basicamente, se um organismo tiver morrido há 5730 anos terá apenas a metade do conteúdo de carbono-14.

A meia vida de um radioisótopo, como o carbono-14, consiste no período necessário para que ocorra a desintegração de metade da sua massa. Imagine que temos 200 gramas de um elemento radioativo com tempo de meia vida de 10 anos. Após uma década, teremos somente 100 gramas. 

É assim que se torna possível estimar a idade de uma amostra fóssil, se faz a comparação entre a radioatividade específica. Quanto menos carbono-14 a amostra possui, mais antiga ela é. Porém, como o carbono-14 desaparece relativamente rápido, o método de datação baseado nele somente é válido para analisar amostras com até 60 mil anos.

Etapa de correção de datas

A data estimada pela datação de carbono-14 deve ser submetida a mais uma etapa para que possa ser confirmada. A presença de carbono-14 na Terra mudou conforme a ocorrência de eventos naturais, como radiações cósmicas ou alterações do clima.

Sabendo desses ciclos, os cientistas podem corrigir a data estimada. Ressaltamos que mesmo com essa etapa de correção a datação por carbono-14 possui uma margem de erro de mais de 100 anos. 

Willard Libby: o descobridor da técnica 

Foi o químico norte-americano Willard Libby que descobriu essa técnica de datação na década de 1940. Ele observou que tecidos orgânicos mortos apresentavam a redução da quantidade de 6C14.

Pelo fato dessa redução acontecer de forma constante, possibilita estimar o tempo de vida de uma amostra, considerando as limitações que mencionamos ao longo do artigo. 

Conheça outros métodos de datação histórica

Como citamos anteriormente, o método de datação por cabono-14 não é o único que pode ser utilizado com essa finalidade. Abaixo citamos alguns outros métodos para datar as amostras. 

Dendrocronologia (ou cronologia das árvores)

Esse método se baseia no tronco de algumas espécies de árvores e, por isso, recebeu o nome de dendrocronologia (que significa “cronologia das árvores”). Há árvores que anualmente apresentam um novo anel de crescimento.

Então, contando quantos anéis uma árvore possui, é possível saber quantos anos ela tem. Essa técnica é aplicada a construções feitas de madeira e pode ser usada para amostras com até 10 mil anos. 

Paleomagnetismo

O campo magnético do planeta muda de lugar em períodos de centenas de milhares de anos. Dessa forma, o Polo Norte magnético passa a ser o Sul e vice-versa. Essas alterações ficam registradas na posição dos átomos de ferro das rochas.

Com isso, os cientistas conseguem fazer a datação de amostras de rocha analisando essas alterações. Tal método pode ser empregado em amostras que tenham dezenas de milhões de anos. 

Agora você já sabe como funciona o método de datação por carbono-14!

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