A depressão na terceira idade pode apresentar características específicas. Saber identificar os sinais é essencial para poder ajudar idosos que sejam afetados por esse transtorno. Apresentaremos informações sobre causas e tratamentos também.

A depressão na terceira idade

A depressão consiste em um transtorno mental que pode acometer indivíduos de qualquer faixa etária, até mesmo crianças. De acordo com estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS), em torno de 300 milhões de pessoas têm depressão, atualmente. 

Em indivíduos com mais de 60 anos de idade, esse transtorno pode apresentar algumas complicações. Um dos pontos que acende o alerta é o fato de que idosos têm mais fatores de risco que tornam favorável o quadro depressivo. 

Nessa etapa da vida, o indivíduo tende a enfrentar mudanças indesejadas como perdas e sentimento de luto. Nessa fase também é possível que o tratamento seja mais complicado e lento. Inclusive, nos casos mais extremos, a depressão pode levar o indivíduo a cometer suicídio.

Risco de suicídio 

De acordo com dados do Ministério da Saúde, em torno de 11 mil pessoas tiram a própria vida, todos os anos no Brasil. Dentre esse recorte, a população idosa é uma das mais afetadas. Segundo o Boletim Epidemiológico de 2019, do tema, as taxas de suicídio são mais altas entre indivíduos acima de 60 anos.

Sintomas da depressão na terceira idade

Em geral, os jovens acometidos pela depressão costumam se queixar de sintomas como desinteresse, humor deprimido e sentimentos de culpa e inutilidade. Já entre os idosos, as queixas mais recorrentes são de intenso sofrimento e apatia. Porém, também pode haver queixas clínicas específicas como: 

• Cansaço recorrente;
• Falta de energia;
• Tontura;
• Dores;
• Alteração do sono – a insônia é mais citada do que o excesso de sono;
• Inapetência – ausência de apetite. 

Quando os idosos com essas queixas procuram um médico, geralmente, não tem um diagnóstico clínico fechado. É importante ressaltar que sintomas como pensamentos e ideação suicida podem aparecer em todas as idades. 

A perda de memória também pode ser um sintoma de depressão na terceira idade. Há uma série de estudos científicos que investigam se há uma ligação entre depressão e demência. Os sintomas mencionados são sinais de alerta, mas é necessário identificar se eles se associam a um sofrimento e prejuízo funcional do indivíduo.

Fatores de risco

Há alguns fatores que podem potencializar os riscos de depressão na população idosa, eles estão divididos em dois grupos:

• Biológicos – a redução de neurotransmissores devido ao envelhecimento, doenças crônicas e/ou incapacitantes, dores crônicas, problemas de sono;
• Socioambientais – a aposentadoria é um desses fatores assim como a redução da renda, saída dos filhos de casa, sentimento de solidão e vulnerabilidade. 

Na terceira idade, um tipo de depressão bem comum é a chamada depressão vascular. Essa complicação pode se desenvolver paralelamente a uma doença cerebrovascular (que acomete os vasos sanguíneos do cérebro). 

As mudanças que acontecem na vida de uma pessoa, na terceira idade, também podem contribuir para o surgimento da depressão. A pessoa assiste a diversas mudanças em sua rotina pessoal e profissional, o que pode gerar sentimento nostálgico. Nessa faixa etária, a depressão pode levar o indivíduo a um isolamento e redução da qualidade de vida. 

Tratamentos para depressão na terceira idade 

O tratamento da depressão em pessoas na terceira idade pode ter três pilares:

• Acompanhamento médico – orientação de um especialista a respeito do quadro e indicação de medicamentos;
• Mudanças no estilo de vida – o paciente pode adotar alguns hábitos como fazer atividade física e ter uma alimentação mais saudável, por exemplo. 
• Terapias – a adoção de diferentes terapias contribui para um processo de melhora do quadro. Podemos citar a psicoterapia, arteterapia, musicoterapia, entre outras. 

Embora a terapia seja fundamental para o processo de reabilitação do paciente, é importante reconhecer que nem todo mundo tem acesso a esse recurso. Em um cenário ideal, o paciente iria ao médico, tomaria os remédios, mudaria seu estilo de vida e faria terapia. No entanto, isso não é o que acontece na maioria dos casos. 

Dificuldades

Os especialistas destacam algumas dificuldades para realizar o tratamento de indivíduos com quadro depressivo na terceira idade, como:

• Possível resistência ao diagnóstico por ter crenças rígidas e preconceitos contra transtornos mentais;
• Dificuldade de mobilidade;
• Dificuldades auditivas; 
• Falta de um familiar que possa acompanhar o idoso no tratamento.

Uma solução para driblar alguns desses problemas foi a adoção do teleatendimento. Essa forma de atendimento foi adotada especialmente durante a pandemia, porém ainda se mostra bastante eficiente para ajudar pacientes na terceira idade. 

Medicamentos

Nem todos os tratamentos de depressão demandam o uso de medicamentos, depende do estágio e grau da doença. Nos casos leves, geralmente, não há a indicação de medicamentos. É importante ressaltar que dependendo do caso, a psicoterapia tem muito mais impacto do que um medicamento. 

Ao atender pacientes da terceira idade é essencial que o médico considere a interação medicamentosa. Muitos idosos fazem uso de medicamentos para tratamento de doenças crônicas. Observar como esses medicamentos irão interagir é fundamental para a indicação de antidepressivos. 

Agora você sabe mais sobre depressão na terceira idade. Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag Medicina!