Onde e quando começou a Primavera Árabe?
A Primavera Árabe teve início em 2010, consiste em um movimento de contestação em países muçulmanos. Esse levante de populações oprimidas se iniciou na Tunísia e acabou se espalhando para outros países.
O movimento persiste até os dias de hoje e tem como foco a luta pela democracia e por condições melhores de vida. Continue lendo para entender mais sobre esse assunto bastante recorrente nas provas de vestibulares e Enem.
O que é a Primavera Árabe?
Como já mencionado, a Primavera Árabe consiste em um movimento popular em busca de democracia e melhores condições de vida para populações oprimidas. O levante popular foi motivado pela crise econômica, altas taxas de desemprego, privação de liberdade de expressão e corrupção de governos autoritários nas nações aderentes.
Envolveram-se na Primavera Árabe os seguintes países: Tunísia, Líbia, Argélia, Egito, Iêmen, Marrocos, Bahrein, Síria, Omã, Iraque, Jordânia e Sudão. Para compreender o que é e como teve início a Primavera Árabe é importante conhecer mais profundamente as suas causas.
Primavera Árabe: principais causas
As causas principais da Primavera Árabe podem ser resumidas nos seguintes tópicos:
- Taxas elevadas de desemprego;
- Corrupção no governo e na sociedade como um todo;
- Falta de liberdade de expressão;
- Falta de liberdade política;
- População jovem e bem informada a respeito de geopolítica;
- Desprezo das camadas mais pobres pelas elites dos países aderentes.
Onde e quando a Primavera Árabe começou?
O início da Primavera Árabe se deu na Tunísia com a chamada Revolução do Jasmim. Os tunisianos estavam bastante descontentes com o governo do ditador Zine el- Abidine Ben Ali e esse descontentamento se transformou em protestos que ficaram conhecidos como “Revolução de Jasmim”.
Como forma de protesto contra as péssimas condições de vida e a abordagem violenta da polícia, o jovem Mohamed Bouazizi (1984-2011) ateou fogo ao próprio corpo. A revolução da Tunísia ganhou os holofotes depois desse fato e os tunisianos ficaram ainda mais revoltosos. Passados dez dias, a Tunísia depôs o ditador e realizou as primeiras eleições livres.
Desdobramentos da Primavera Árabe em diferentes países
O movimento iniciado na Tunísia se espalhou por diferentes países árabes. A Revolução do Jasmim funcionou como um incentivo para que outras nações se levantassem contra a repressão de governos autoritários há décadas no poder. É importante ressaltar que em alguns países as manifestações perduram até os dias atuais, como na Síria e Argélia.
Síria
Na Síria, a série de protestos levou a uma violenta guerra civil. O conflito recebe o apoio de países do Ocidente, além da Rússia e Estado Islâmico. Os sírios desejam a deposição do ditador Bashar al-Assad, que está no comando do país há quatro décadas.
Os manifestos nesse país chegaram a proporções muito acima do que se esperava e graves consequências foram desencadeadas. O governo sírio vem utilizando armas químicas e biológicas para controlar as manifestações. Já são milhares de mortes e mais de um milhão de refugiados.
Egito
No Egito, milhares de cidadãos foram às ruas em prol da deposição do presidente Hosni Mubarak, que renunciou 18 dias após o início dos protestos. A revolução foi chamada de “Revolução de Lótus”, “Revolução do Nilo” ou ainda de “Dias de Fúria”. Os “Irmãos Muçulmanos” tiveram um papel crucial para a continuação do estado de direito e atendimento das demandas da população.
Argélia
As manifestações foram reprimidas duramente na Argélia pelo governo, resultando na prisão dos líderes da oposição. O líder do governo Abdelaziz Bouteflika, que a população deseja depor, ganhou as eleições, continuando no comando, e isso fez com que os protestos prosseguissem.
Iêmen
Os protestos no Iêmen levaram à queda do governo do Ali Abdullah Saleh, que faleceu em 2017. O governo foi assumido pelo vice do ditador, Abd Rabbuh Mansur Al-Hadi, que prometeu fazer uma transição negociada. Esse processo de transição foi auxiliado por cinco países integrantes do Conselho de Segurança da ONU e outros dois da União Europeia.
É importante dizer que o maior interesse era tornar o Iêmen um aliado da guerra antiterror e não necessariamente consultar os desejos das diferentes etnias locais. Esse contexto levou a uma guerra civil violenta, fazendo com que 90% da população seja dependente de ajuda humanitária. Desde 2015, a Arábia Saudita, com apoio dos Estados Unidos e Inglaterra, intervém militarmente no país. O conflito já causou a morte de mais de 10 mil pessoas.
Líbia
Na Líbia, o objetivo dos protestos era a deposição do ditador Muammar al-Gaddafi, que acabou sendo morto dois meses após o início do movimento. A Líbia acabou enveredando para uma guerra civil, esse foi um dos movimentos mais violentos da chamada Primavera Árabe. O país não se tornou politicamente estável, até os dias de hoje há embates entre diferentes facções.
Marrocos, Omã e Jordânia
Essas três nações tiveram manifestações em prol de mais liberdade política e de expressão. Os governos dos três países entenderam que era mais promissor fazer as mudanças antes que a situação saísse do controle. Jordânia, Marrocos e Omã tiveram as suas eleições antecipadas e passaram por reformas em suas constituições.
A Primavera Árabe ainda está em desenvolvimento.