Videoaula – Primeira Geração Romântica
Romatismo: fuga da realidade na volta ao passado
Os intelectuais brasileiros ainda reproduziam os modelos do pensamento europeu, mesmo depois de proclamada a independência brasileira. Logo, surge a necessidade entre nossos pensadores de criar uma arte e uma forma de pensar que rompesse com os padrões do Velho Mundo. Os escritores românticos brasileiros buscaram, então, mais do que a independência política – buscaram a independência cultural.
No Romantismo, o indivíduo sente-se em desajuste com a sociedade, por isso a necessidade de fugir da realidade. Um dos mecanismos usados para fugir da realidade é voltar-se para o passado.
Romantismo Europeu x Romantismo Brasileiro
No Romantismo europeu, a volta ao passado histórico leva à Idade Média, onde estão as origens das nações europeias. Mas, como o Brasil não teve Idade Média, voltar ao passado significa redescobrir o país antes da chegada dos europeus, quando era habitado por nações indígenas.
Indianismo e Nacionalismo Ufanista
Em lugar do cavaleiro medieval, a figura do índio é idealizada porque seria um antepassado nacional legitimamente brasileiro, e não europeu. Logo, um dos temas centrais da primeira geração é o indianismo. Outro tema é a exaltação da pátria (nacionalismo ufanista), pois nossos primeiros românticos entenderam que sua missão era fundar uma identidade brasileira.
Outro mecanismo usado para fugir da realidade é voltar-se para paisagens novas, que podem ser exóticas, como o Oriente, ou primitivas, como a selva. Por isso, uma das características da nossa primeira geração romântica é a valorização da natureza pátria. Assim como o índio, foi escolhida como um dos símbolos da nacionalidade brasileira, como ocorre nos versos de Gonçalves Dias, do poema Canção do Exílio (1843), um dos mais citados em nossa cultura.