Kant: criticismo e filosofia transcendental - Hexag Medicina
22/08/2024 Filosofia e Sociologia

Kant: criticismo e filosofia transcendental

Escrito por Hexag Educacional @hexagmedicina
Kant: criticismo e filosofia transcendental

Kant e o criticismo são muito importantes para a filosofia transcendental. Nascido em Königsberg, em 1724, esse prussiano fez grandes questionamentos sobre o mundo e a quebra de paradigmas. Continue lendo para saber mais.

Kant e o criticismo

O filósofo alemão Immanuel Kant nasceu em Königsberg, em 1724, ele se tornou um dos nomes mais importantes da filosofia transcendental. A base de seu raciocínio está em fazer questionamentos sobre o mundo e sobre a quebra de paradigmas. 

O trabalho de Kant teve grande impacto para as discussões contemporâneas sendo de grande influência nas esferas científica e política, do século XXI. O criticismo de Kant consiste na ideia de criticar as coisas para poder compreendê-las.

Como funciona o criticismo de Kant?

Como o nome sugere, o criticismo de Kant, consiste na ideia de criticar as coisas. Porém, vai além de simplesmente criticar por criticar. A crítica kantiana coloca em debate a razão e as possibilidades de conhecimento. 

Em outras palavras, ao invés de questionar a forma como você conhece as coisas, Kant propõe a investigação do próprio conhecimento. Essa forma de pensar e analisar é que recebe o nome de filosofia transcendental. De acordo, com Kant todo conhecimento (seja prático ou especulativo) concentra-se em três perguntas: 

  • O que posso saber?
  • Que devo fazer?
  • O que me é dado esperar?

Racionalismo e Empirismo

A discussão a respeito da origem do conhecimento é milenar tendo acompanhado a humanidade em diferentes etapas de desenvolvimento. O questionamento sobre o que podemos ou não conhecer esteve presente em Platão e também em Aristóteles, seu discípulo.

Foi nesse período que surgiram duas teorias: o Racionalismo e o Empirismo. O criticismo kantiano surgiu como resposta ao debate entre racionalistas e empiristas, o que foi chamado de Revolução Copernicana da Filosofia.

Racionalismo

Para os racionalistas o conhecimento tem sua origem totalmente na razão. Acreditam que as ideias são inatas, ou seja, não resultam da experiência. Para os racionalistas, as ideias estão em nós desde o nascimento. 

Uma vez que o Racionalismo afirma que o conhecimento não resulta da experiência e sim da razão, surge a desconfiança das percepções sensoriais. Então se todo o conhecimento seguro vem da razão, então tudo o que vem de fora (que não está na minha cabeça) deve gerar dúvida? 

Empirismo

Fazendo o contraponto aos racionalistas, temos os empiristas. Kant mencionou que uma de suas principais influências foi a leitura dos empiristas ingleses, especialmente David Hume. O filósofo alemão disse que foi Hume quem o despertou do sono dogmático em que se encontrava. 

Os empiristas afirmavam que a única fonte segura de conhecimento é a nossa capacidade de conhecer o mundo através dos sentidos. É por meio dos sentidos que os objetos estabelecem em nós que podemos interpretar o mundo ao nosso redor. 

Método indutivo

Os empiristas utilizavam o método indutivo para chegar a enunciados universais partindo de enunciados particulares. Para ser mais fácil de compreender, iremos apresentar um exemplo. 

Você observa que todos os cachorros que viu passeando com seus tutores usavam coleira amarela. Logo você presume que todos os cães que passeiam com seus tutores usam coleira amarela. Para comprovar essa sua ideia você decide realizar uma experiência.

Dessa forma, você resolve sair observando o máximo de cães passeando com seus tutores.  Se nessas observações, os cães usarem todos coleiras amarelas, você chegará à mesma conclusão que chegou antes.

Logo, através de enunciados particulares você chegou a enunciados universais. Assim é aplicado o método indutivo. 

A questão

A grande questão entre racionalistas e empiristas é: de onde vem o conhecimento? Esse conhecimento tem sua origem nas ideias que tenho desde meu nascimento? Ou do mundo à minha volta que conheço através dos meus sentidos? 

Epistemologia kantiana

Kant formulou sua epistemologia (conhecida como epistemologia kantiana) para tentar resolver a grande questão, ou seja, de onde vem o conhecimento? Ainda que o conhecimento venha da experiência há outros fatores que a antecedem. 

Então mesmo afirmando que o conhecimento vem da experiência (é empírico) ele não é resultado única e exclusivamente dela. Há outra fonte de conhecimento que não é a experiência, essa fonte se origina na razão. Desse fator vem o nome Racionalismo. 

Kant demonstrou que embora parecessem antagônicas, as duas teorias do seu tempo, têm convergência. Logo, ele desenvolveu uma solução intermediária para o debate entre empirismo e racionalismo, o que foi chamado de conhecimento transcendental.

Conclusão

O pensamento kantiano tem similaridade com o próprio processo de que se formou. O filósofo foi influenciado pelo empirismo e pelo racionalismo. O século XVII tem como destaque duas vertentes: o empirismo inglês e o racionalismo francês. 

No século XVIII, essas duas linhas de pensamento avançaram se tornando o pano de fundo do pensamento kantiano. Há uma espécie de conciliação entre o empirismo e o racionalismo na filosofia transcendental de Kant.

Gostou de saber mais sobre Kant? Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag Medicina!

Retornar ao Blog