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08/04/2024 Filosofia

Os Filósofos da Natureza: a origem da arte do pensamento

Escrito por Hexag Educacional @hexagmedicina
Os Filósofos da Natureza: a origem da arte do pensamento

Os filósofos da natureza foram os pioneiros da Filosofia, os primeiros a buscar explicações pautadas na racionalidade e observação para aquilo que os cercava. O questionamento do mundo, feito por esses indivíduos, levou a grandes transformações no pensamento humano.  

Filósofos da natureza

O ser humano sempre buscou compreender o mundo a sua volta e durante muito tempo as explicações encontradas se baseavam no místico. Contudo, um grupo de indivíduos buscou fundamentar essas explicações na natureza por meio de observação. Por buscar explicações naturais receberam o nome de filósofos da natureza. 

Os chamados filósofos da natureza desejavam encontrar a chamada arché, o elemento constituinte de tudo o que existia no mundo. A natureza era o principal objeto de estudo dos filósofos. 

Contexto histórico do surgimento dos filósofos da natureza

  • Invasões Dóricas (século VI a.C.) – levou à expansão de territórios através da instalação de aqueus em ilhas e em costas da Ásia Menor. 
  • Cidades como Éfeso e Mileto foram fundadas. 
  • Atividades econômicas direcionadas ao artesanato, comércio e navegação se desenvolveram a partir das condições geográficas. 
  • Ocorreu a invenção da moeda. 
  • O aumento do comércio favoreceu o intercâmbio de ideias e o questionamento a respeito dos deuses e de seus poderes. 

Principais filósofos da natureza 

Os filósofos da natureza podem ser classificados de acordo com as suas principais ideias e pelos resultados obtidos. A seguir apresentaremos os principais nomes desse grupo. 

A Escola de Mileto

Nesse grupo estão três filósofos da natureza:

  • Tales de Mileto;
  • Anaximandro;
  • Anaxímenes.

Na cidade de Mileto (atual Turquia) as explicações mitológicas começaram a ser postas de lado. A grande preocupação dessa escola é com a chamada physis (“natureza” em grego). 

Tales de Mileto (623 -546 a.C.)

Esse filósofo e matemático é o responsável pelo desenvolvimento do Teorema de Tales, método para calcular proporções. A ideia surgiu quando ele tentava calcular a altura de uma pirâmide a partir da sua sombra. Para Tales, a arché era a água, ou seja, tudo no mundo era feito de água

Anaximandro (610-547 a.C)

Anaximandro foi discípulo de Tales, porém, acreditava que o princípio de origem não poderia ser definido de forma exata. No entanto, concordava com o seu mestre que existia uma substância originária. Para esse filósofo, tudo se originava a partir de “o apeíron”, que pode ser traduzido como infinito. 

Anaxímenes (588-524 a.C.)

Por sua vez, Anaxímenes era um filósofo que acreditava que tudo que existe havia se originado do processo de rarefação e condensação do ar. Tudo é feito de ar e ao ar retorna. 

A Escola de Éfeso

Heráclito de Éfeso (435-475 a.C)

Conhecido pelo epíteto de “o Obscuro”, Heráclito de Éfeso não acreditava que o mundo havia se originado de uma substância única. Esse filósofo acreditava que tudo que existe no mundo não é estático, isto é, está se transformando constantemente. Para ele, tudo flui e os opostos são essenciais para a compreensão da vida. 

A Escola Pitagórica

Pitágoras de Samos-(580-500 a.C)

Pitágoras descobriu que o som produzido por uma corda esticada variava de acordo com uma proporção exata. A partir dessa descoberta, ele identificou uma relação íntima entre a matemática e a música. Ele passou a acreditar que o mesmo valia para todo o universo, afirmava “tudo são números”. 

O filósofo e matemático foi responsável pelo Teorema de Pitágoras. De acordo com esse famoso teorema: “A soma do quadrado dos Catetos é igual ao quadrado da Hipotenusa”. 

A Escola Eleata

A base do pensamento dos eleatas, diferente dos jônios, estava em entender como substâncias básicas como água, ar e apeíron se convertiam em substâncias distintas. Parmênides de Eléia (510-470 a.C.) foi o principal representante dessa escola. 

Parmênides

Mesmo que a aparência de algo mude, a sua identidade e essência não se alteram. O filósofo acreditava que os sentidos nos impediam de conhecer a verdade sobre o que nos é apresentado. Ele foi o responsável por formular os princípios lógicos da não-contradição e da identidade. 

Escola Pluralista

Fazem parte dessa escola:

  • Empédocles de Agrigento;
  • Demócrito de Abdera. 

Empédocles de Agrigento (490-430 a.C)

Acreditava que tudo o que existe é o resultado da mistura de quatro elementos básicos:

  • Água;
  • Ar;
  • Fogo;
  • Terra. 

Foi um grande defensor da democracia. 

Demócrito de Abdera (460-370 a.C) 

Juntamente com Leucipo, Demócrito afirmava que tudo o que existe é constituído de átomos. A palavra átomo é formada por a (não), tomo (divisão), ou seja, aquilo que não pode ser dividido. Para Demócrito, o átomo se parecia com uma bolinha e tinha tamanho microscópico. Essa concepção se manteve inalterada por dois milênios. 

A importância dos filósofos da natureza

Na Antiguidade, o ser humano não tinha acesso ao conhecimento e aos recursos que temos atualmente. Por isso, explicamos que místicas eram tão aceitas, não havia como averiguá-las. 

Nesse cenário, foi essencial que os filósofos da natureza propusessem outra forma de buscar entender o mundo. Eles foram os fundadores da busca por um pensamento pautado na racionalidade e observação. 

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