O super-homem de Nietzsche
O filósofo alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche foi responsável pelo desenvolvimento de um hipotético super-homem na filosofia. Seria um indivíduo que teria supremacia sobre os outros seres humanos. O super-homem das ideias do pensador é bem diferente do personagem dos quadrinhos, trata-se da superação do homem atual.
Quem foi Nietzsche?
Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu em Röcken, Lützen, Alemanha, no dia 15 de outubro de 1844. Faleceu em Weimar, Alemanha, no dia 25 de agosto de 1900. Além de filósofo, foi filólogo, crítico cultural, compositor e poeta.
Ao longo de sua carreira escreveu diversos textos fazendo críticas à moral, religião, filosofia, cultura contemporânea e ciência. Tinha gosto por escrever com ironia, metáforas e aforismos.
Uma das ideias desenvolvidas por Nietzsche diz respeito à ideia de um hipotético “super-homem” na filosofia. Esse indivíduo teria supremacia em relação aos demais seres humanos.
Os estudos de Nietzsche
Ao falarmos de super-homem é natural fazer conexão com o personagem dos quadrinhos. Contudo, Nietzsche desenvolveu a ideia de um super-homem como a superação do homem atual.
A compreensão do conceito de super-homem de Nietzsche passa pela transvaloração a partir da genealogia da moral. O filósofo empreendeu um estudo sobre o conceito de bom e mau. O estudo está relacionado a divisão de classes, na língua alemã o bom tem relação com a classe dominante e o mau com a classe plebeia.
Por sua vez, na língua latina o conceito de bom e mau está relacionado à raça. O mau é associado à cor negra enquanto o bom é associado à cor branca. No conceito de super-homem, Nietzsche propõe que haja uma transvaloração dos valores, isto é, a não refutação, mas a reinterpretação.
Transvaloração
Os valores são vistos como resultado de um processo histórico. Com essa compreensão fica mais simples entender o conceito de super-homem. O processo de transvaloração não tem relação com a negação dos valores, mas a sua reformulação com base numa nova interpretação.
Uma vez que somos nós que atribuímos o valor às palavras, também somos nós que podemos dar um novo significado às mesmas sem deixá-las. O mesmo acontece com o conceito de super-homem. Não se trata da criação de uma nova forma de homem, mas de atualizá-la para uma nova concepção e um novo conceito de homem.
O Super Homem de Nietzsche
Segundo a concepção de Nietzsche, o novo homem é aquele que cria seus próprios valores. Este homem não está condicionado por valores sociais de sua época, tem coragem de lidar com cada conflito e escolha de sua vida. Trata-se de um homem que não terceiriza a culpa e nem a atribui ao destino ou a Deus.
Nietzsche realiza essa crítica partindo do homem ocidental. O filósofo apontava que o ocidente está repleto de negação à vida e sua magnitude. O pensador retoma personagens mitológicos como os deuses Apolo (deus da razão) e Dionísio (deus da loucura e do caos). Os dois são filhos de Zeus.
Para os gregos, os dois deuses eram opostos ou rivais, mas ainda assim, muitas vezes ambas as divindades estavam entrelaçadas por natureza. O lado Apolíneo é aquele voltado para a razão e o raciocínio lógico. Já o lado Dionisíaco é voltado para o caos, as emoções e os instintos.
Duas dimensões complementares
Nietzsche discorre sobre o erro dos valores da sociedade ocidental. As duas dimensões são complementares no homem sendo que a tentativa de controle excessivo dessas funções atrapalha o seu pleno desenvolvimento.
Há a tentativa de controlar as funções com excesso de racionalização e imposição de ideias partidárias, representações religiosas e esquemas. No trabalho de Nietzsche, ele discorre que o homem deve ser livre para a criação das suas próprias representações. Não deve adotar representações limitantes impostas pelos esquemas.
O indivíduo que consegue ser livre e viver a sua vida conforme suas representações próprias está além do bem e do mal. Esse homem, que cria suas representações por vontade própria, se torna um novo homem em uma nova realidade.
Resumo do super-homem de Nietzsche
A ideia do super-homem de Nietzsche está ligada a reformulação do conceito de valores imposto por culturas religiosas judaicas e cristãs. O homem vivia reprimido, sendo submisso à vontade divina.
A morte desse Deus repressor e o processo de transvaloração dos valores tornou o homem senhor de si. Esse indivíduo passou a ser livre para escolher e assumir as responsabilidades pelas consequências dos seus atos.
Existe uma desconexão da ideia de que o homem vive segundo o que lhe acontece para a formulação de que ele é o senhor do seu destino. O indivíduo se torna o responsável por aquilo que irá impactar e mudar a sua vida. Os acontecimentos não são resultantes apenas do que lhe acontece, mas também do que ele faz a si mesmo.
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