Oligarquias no poder e suas manobras políticas
As oligarquias consistem em formas de organização política em que o poder está concentrado nas mãos de poucas pessoas. Nessa configuração, aqueles que detêm o poder podem ou não pertencer a uma família ou grupo.
No decorrer da história, houve diferentes governos oligárquicos que utilizaram estratégias para permanecer no poder. Acompanhe e saiba mais!
O que são as oligarquias?
O termo oligarquia é empregado para descrever uma situação em que o poder está na mão de poucas pessoas. Esses indivíduos podem ou não fazer parte de uma mesma família ou grupo. Diz respeito, dessa forma, a uma das possibilidades de exercício do poder e de comando (arché).
A palavra tem origem grega sendo formada pela combinação de “oligoi” (poucos) e “arquia” (poder). As oligarquias se constituem e se perpetuam em espaços de poder que permitem fazer escolhas alinhadas com seus interesses e manutenção de seus privilégios.
Como funcionam as oligarquias?
Uma oligarquia é constituída por um grupo pequeno que permanece no poder reforçando os seus próprios privilégios políticos, econômicos, culturais e sociais. Para se manter no poder, as oligarquias empregam estratégias de alianças políticas e religiosas. Também utilizam algumas estratégias como:
- Fraudes eleitorais;
- Estratégias de corrupção;
- Controle dos meios de comunicação;
- Coronelismo;
- Mandonismo;
- Clientelismo.
Oligarquia no Brasil
As oligarquias, no Brasil, se consolidaram no poder através de legislações agrárias que retomavam a Lei de Terras, de 1850. Essas leis definiam a forma como se daria o acesso a direitos e a terra. Também delineavam os deveres dos seus compradores.
Ao longo da Primeira República (1894–1930) o destaque ficou para o domínio oligárquico representado pela elite cafeicultora. Esse grupo possuía grandes latifúndios. Esse período é também chamado de República Oligárquica ou República Velha.
Política do Café com Leite
A Política do Café com Leite foi uma das principais marcas do período conhecido como Velha República. Esse mecanismo foi elaborado pelo presidente Campos Sales. A base dessa política era o revezamento do poder entre as oligarquias de São Paulo e Minas Gerais.
Essas oligarquias estavam representadas pelo Partido Republicano Paulista (PRP) e Partido Republicano Mineiro (PRM). Um dos objetivos centrais dessa política era evitar que grupos oligárquicos rivais ascendessem ao poder.
Política dos Governadores
Através desse revezamento do poder foi possível estabelecer a chamada Política dos Governadores. Os governadores, coronéis e o presidente da República trocavam favores.
O coronelismo foi outra característica de grande destaque desse período. A figura do coronel, como força política e econômica, se refletia nas esferas política e social. Os currais eleitorais e o voto de cabresto, instituídos pelos coronéis, mantinham as oligarquias locais no poder.
Os resultados das eleições eram controlados por meio da compra de votos, fraudes e até uso da violência. Em 1930, a República Oligárquica chegou ao fim, Getúlio Vargas ascendeu ao poder.
A oligarquia espartana
Um oligárquico-aristocrático foi instituído em algumas pólis (cidades-Estado) no decorrer da história grega. Um exemplo de oligarquia desse período é a sociedade espartana.
A cidade-estado Esparta estava localizada na região da Lacônia tendo sido fundada pelos dórios no século IX a.C. Embora houvesse a ideia de igualdade uma vez que todos os espartanos eram chamados de “homoi” (iguais), a sociedade tinha uma organização hierarquizada. A sociedade era dividida em camadas sociais:
- Esparciatas – principal grupo social, elite militar, os descendentes dos dórios, indivíduos que detinham as terras mais ricas e férteis;
- Periecos – pessoais livres que eram proprietários de pequenas terras, dedicavam-se ao comércio e artesanato, não tinham direitos políticos ou militares;
- Hilotas – eram considerados como propriedade do Estado, não tinham nenhum direito político.
O sistema político de Esparta era uma monarquia aristocrática, com dois reis vitalícios e hereditários. Os esparciatas controlavam a sociedade como um todo através do sistema oligárquico. O poder estava concentrado nas mãos de um pequeno grupo, os outros grupos eram marginalizados.
Oligarquia no mundo
Muitos países tiveram oligarquias ao redor do mundo. Acima citamos Brasil e Esparta como locais em que manobras de manutenção do poder foram aplicadas. Também podemos citar o Japão, durante a Era Meiji, entre 1868 e 1912.
Houve também a oligarquia russa que viveu seu auge durante a fragmentação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Outro exemplo é a Nicarágua em que as oligarquias se mantiveram no poder por cerca de 150 anos.
Oligarquia x aristocracia: quais são as diferenças?
Aristocracia é uma palavra de origem grega formada a partir da combinação de “aristoi” (melhores) e “cracia” (poder). Então, aristocracia é um termo usado para definir um tipo de governo em que o poder é usado por aqueles que são “melhores”.
Platão, um dos maiores filósofos gregos, acreditava que os melhores dariam origem a uma “eligere” (elite) que se diferenciaria. O poder, na aristocracia, estaria na mão de grupos privilegiados. Nesse contexto, aristocracia não tinha relação com poder econômico e sim com conhecimento passado de geração para geração.
Oligarquia também é uma palavra de origem grega e diz respeito ao poder concentrado nas mãos de poucas pessoas. O termo “oligos” significa “poucos” e “arquia” significa “poder”. A aristocracia está relacionada à ideia de hereditariedade, herança e riqueza. Na oligarquia a hereditariedade pode existir ou não.
Agora você sabe mais sobre oligarquias. Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag Medicina!