México pós-independência e Revolução Mexicana
Em 1910, o México vivenciou um movimento armado que entrou para a história como Revolução Mexicana. O objetivo era estabelecer um governo popular e reformista para dar fim às desigualdades sociais no país. Continue lendo para saber sobre o movimento liderado por Emiliano Zapata e Pancho Villa.
Contexto histórico do México antes da Revolução Mexicana
O século XIX foi marcado por inúmeras crises sociais e econômicas nos países da América Latina. O México passava por um momento especialmente turbulento no início do século retrasado.
Em 1821, o México se tornou independente da Espanha, mas isso não foi o suficiente para que os mexicanos se tornassem totalmente livres. O país estava sob o controle de governantes como Agustín de Iturbide que controlavam a nação indiferentes aos problemas sociais da população.
Movimentos revolucionários liderados por camponeses surgiram como uma resposta a esses governos. O objetivo era tomar o poder para realizar reformas sociais, essenciais para o desenvolvimento pleno das nações. Havia o anseio por igualdade social.
Questão indígena
Um dos problemas mais relevantes enfrentados pelos mexicanos era a questão indígena. A chegada dos europeus ao continente americano deu início a uma perseguição violenta contra as tribos indígenas. Muitas dessas tribos foram exterminadas. Os indígenas continuaram à margem das decisões políticas mesmo com a independência.
Porfirio Díaz
O México foi governado pelo ditador Porfirio Díaz, entre 1876 e 1911. O governante se mostrou insensível aos problemas sociais enfrentados pelos mexicanos mais pobres. Nesse período, capital externo foi inserido no país para a exploração de recursos minerais, o que potencializou a concentração de terras nas mãos de latifundiários.
Causas da Revolução Mexicana
- Governo autoritário de Porfirio Díaz;
- Aumento da pobreza;
- União de grupos contrários ao governo como maçons, partidos políticos de esquerda e líderes caudilhos;
- Anseio por reformas que reduzissem a desigualdade social;
- Formação de clubes democráticos, em 1908, para a defesa da liberdade política e eleições livres e diretas.
Inicialmente, se organizava um movimento para defender a liberdade, com o passar do tempo se tornou uma revolução social. Na busca por eliminar as causas da desigualdade social, alguns integrantes começaram a se armar. A reforma agrária era a prioridade dos revolucionários.
Lideranças da Revolução Mexicana
Emiliano Zapata
Nascido em 08 de agosto de 1879, em San Miguel Anenecuilco, Emiliano Zapata era contrário à ditadura de Porfirio Díaz desde jovem. Havia grande desigualdade social e falta de liberdade política no México daquele período.
Zapata foi uma figura decisiva para a vitória da revolução, contudo, ele se recusou a fazer parte de um novo governo. Em 10 de abril de 1919, foi assassinado em uma emboscada organizada por Jesús Guajardo.
Pancho Villa
Nascido em 05 de junho de 1878, em San Juan del Río, José Doroteo Arango Arámbula tornou-se mais conhecido como Pancho Villa. No início da revolução, Villa integrava o exército mexicano.
Ofereceu seu apoio a Francisco Madeiro na luta contra Porfirio Díaz. Integrou o grupo armado de oposição ao governo de Huerta. Pancho Villa foi assassinado, em 23 de julho de 1923, também em uma emboscada, como Zapata.
A Revolução Mexicana
Em 1911, o México assistiu à eclosão de uma greve, os trabalhadores foram para as ruas. Os camponeses também demonstraram sua insatisfação com as condições de vida. O governo do ditador Porfirio Díaz foi enfraquecido por esses movimentos e ele renunciou à presidência.
Francisco Madero foi o escolhido para substituir Díaz e prometeu realizar as reformas sociais pedidas pelos revolucionários. No entanto, Madero não cumpriu a promessa de reforma agrária e perdeu o apoio entre seus aliados.
Em 1913, o general Victoriano Huerta liderou um golpe de Estado e assumiu o poder. Madero e seu vice foram assassinados. Huerta também foi alvo de tentativas de golpe de Estado, especialmente pelos conservadores.
Zapata liderou o movimento revolucionário contrário ao governo. Em 1914, Zapata e Villa derrotaram Huerta conseguindo a eleição de Caranza como presidente do México. Passados três anos, uma nova constituição foi promulgada.
Em 1919, Zapata foi assassinado e em 1923 o mesmo aconteceu com Pancho Villa. O movimento chegou ao fim com a derrota dos seus dois principais líderes. A burguesia mexicana tomou então o poder.
Consequências da Revolução Mexicana
A consequência principal da Revolução Mexicana foi a promulgação da Constituição que contribuiu para:
- Atribuir poder para o Estado expropriar terras para a finalidade de reforma agrária;
- Estabelecimento de um Estado Laico, ou seja, a separação entre estado e Igreja;
- O reconhecimento de terras indígenas;
- Estabelecimento de salário mínimo e jornada de trabalho de oito horas para os trabalhadores.
Zapatismo
Emiliano Zapata foi o nome mais forte da Revolução Mexicana, uma de suas principais bandeiras era a reforma agrária. Contudo, Zapata não tinha ambição política, ele recusou o governo, em 1914 após a queda de Huerta. Contudo, ele ainda representa uma figura relevante para o povo mexicano, seus ideais continuam vivos.
Há grupos que se baseiam nas ideias de Zapata para defender a igualdade e reformas no sistema mexicano. Em 1994, foi formado o Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) com inspiração nas ideias de Zapata. Em 1997, houve a grande marcha, movimento reprimido com violência pelo governo.
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