O que foi o imperialismo europeu?
O termo imperialismo europeu é utilizado para referir-se ao processo de colonização da África, Ásia e Oceania pela Europa. Esse processo começou na segunda metade do século XIX. Também é chamado de neocolonialismo. Continue lendo para saber mais sobre esse processo e suas consequências.
Entendendo o imperialismo europeu
Para entender o que foi o imperialismo europeu é essencial entender o significado da palavra imperialismo. O processo imperialista caracteriza-se por uma política de expansão de uma nação sobre outra. Nasceu como consequência das transformações advindas da Revolução Industrial.
A industrialização teve início na Inglaterra, na segunda metade do século XVIII. A partir desse primeiro desenvolvimento da indústria ocorreram mudanças na forma de produção e nas relações entre patrões e empregados.
Mudanças decorrentes da Revolução Industrial
- Desenvolvimento de novas máquinas;
- Criação de novos meios de comunicação;
- Surgimento de novos meios de transporte com o uso de combustíveis fósseis;
O processo de produção de mercadorias foi significativamente ampliado, o que acarretou na expansão do comércio. O crescimento do ritmo de produção de mercadorias criou a necessidade de ampliar o acesso a matérias-primas e capacidade de vendas. Em outras palavras, era necessário ter novos mercados consumidores.
Busca por novos mercados
Na segunda metade do século XIX, a necessidade de busca por novos mercados consumidores alavancou a expansão colonial. Acreditava-se que a grande quantidade de mercadorias produzidas poderia ser absorvida ampliando os mercados consumidores. A rivalidade entre as nações industrializadas contribuiu para a expansão imperialista.
Os países imperialistas
A seguir listamos as principais potências imperialistas da Europa. Essa definição considera o aumento significativo de territórios desses países devido ao domínio de colônias na Ásia, África e Oceania.
- Inglaterra – ampliou seu território em 10 milhões de km2;
- França – ampliou o seu território em 9 milhões de km2;
- Alemanha – ampliou o seu território em 2,5 milhões de km2;
- Bélgica e Itália – ampliou o seu território em 2 milhões de km2.
Outras nações também são apontadas como imperialista nesse contexto histórico, nem todas da Europa:
- Portugal;
- Espanha;
- Rússia;
- Japão;
- Estados Unidos.
O imperialismo europeu teve grande influência no mundo, em especial em continentes como a África. Até hoje esses países sofrem as consequências desse processo.
Imperialismo na África
A ocupação do continente africano tem destaque no contexto do processo neocolonialista do século XIX. O continente africano foi muito impactado, durante o ápice do período imperialista (1884 a 1914), somente a Libéria e a Etiópia não foram ocupadas.
Houve uma verdadeira corrida para ocupar o continente africano, o que levou a uma série de atritos entre as nações europeias. Dentre os fatores que levaram a esse cenário estão:
- Conferência Geográfica de Bruxelas – encontro realizado pelo rei da Bélgica, Leopoldo II, para defender os interesses belgas no Congo.
- Ações de Portugal para expandir seus territórios no interior de Moçambique.
- Ampliação da expansão colonial francesa em regiões da África como Egito, Madagascar e Tunísia.
Conferência de Berlim
Buscando defender os interesses da Alemanha, Otto von Bismarck, chanceler alemão organizou a Conferência de Berlim, entre 1884 e 1885. O objetivo era colocar fim nas disputas pelos territórios. Dentre as pautas debatidas nessa conferência estavam questões como:
- Navegação dos rios Congo e Níger;
- Mapa cor-de-rosa proposto por Portugal – definindo fronteiras entre as regiões estipulando quais nações tinham direito sobre os territórios.
Darwinismo social
A ocupação foi realizada como uma “missão civilizatória” sob a justificativa de civilizar os povos “atrasados” da África. A exploração com finalidades econômicas também contou com o trabalho de missionários. Essas justificativas se baseavam em ideias racistas como o darwinismo social que apontava o homem branco como “superior”.
Essas justificativas nada mais eram do que disfarce para esconder os reais interesses imperialistas de explorar o continente africano. É importante ressaltar que o continente africano não foi ocupado de forma pacífica. Os povos africanos resistiram duramente contra a invasão europeia.
Consequências do imperialismo
Entre os anos de 1884 e 1914, o imperialismo foi bastante forte no mundo. Contudo, a presença dos colonizadores europeus na África e Ásia se manteve até a segunda metade do século XX. Confira abaixo algumas das consequências do imperialismo nesses locais devido a presença europeia e o processo colonizatório:
- Demarcação de fronteiras artificiais gerou impactos negativos até hoje, acarretando em muitas tensões entre as nações africanas.
- Instabilidade econômica de várias nações europeias devido ao processo imperialista.
- Surgimento de diversas disputas étnicas influenciadas pela ação europeia e divisão do território, desconsiderando divergências entre os povos.
Em 1994, ocorreu um verdadeiro massacre em Ruanda, região que fez parte do Congo. Hutus foram responsáveis pela morte de cerca de 1 milhão de tutsis. O conflito foi resultado do processo imperialista que reorganizou o território sem considerar a história das populações. Há diversos casos de violência extrema causados por essa situação.
Agora você sabe mais sobre o processo imperialista europeu e suas consequências. Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag Medicina!