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22/11/2024 História

Período democrático brasileiro: de 1945 a 1964

Escrito por Hexag Educacional @hexagmedicina
Período democrático brasileiro: de 1945 a 1964

Em 1889, a República foi proclamada no Brasil sendo iniciada pelo governo ditatorial do marechal Deodoro da Fonseca. Em seguida, houve a alternância entre regimes autoritários e períodos democráticos. No artigo, a seguir apresentaremos mais detalhes sobre o período democrático de 1945 a 1964. 

Contexto histórico do período democrático

Em 1945, chega ao fim o Estado Novo, ditadura implantada por Getúlio Vargas. Os oposicionistas de Vargas exigem a descentralização dos poderes além da liberdade de expressão e direito ao voto. A pressão e o sucesso da campanha da oposição em prol de uma nova Constituição levam o governo varguista a:

  • Encaminhar o processo de eleições diretas;
  • Convocar uma nova Assembleia Constituinte.

É um momento de reorganização civil em partidos, novas siglas entram no contexto político do momento. A União Democrática Nacional (UDN) é o partido de maior destaque da direita. Caracteriza-se por ter um posicionamento alinhado com os Estados Unidos

Os partidos mais à esquerda, como PTB e PSD, acusavam a UDN de ser entreguista. Defendiam os grandes proprietários e empresários nacionais. O PTB se tornou o partido de Vargas vinculando-se à Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). 

O PSD também era vinculado a Vargas elegendo aliados do ex-presidente em diferentes regiões. O PCB (Partido Comunista Brasileiro) retornou e se tornou o grande representante da esquerda naquela fase.

Nova Constituição

A quinta Constituição da história do Brasil, manteve a CLT e deu ênfase na tripartição e independência dos três poderes. Havia ainda a garantia do voto secreto para homens e mulheres alfabetizados. Instituiu o mandato presidencial de cinco anos sem direito a reeleição, entre outras mudanças.

Presidentes do período democrático de 1945 a 1964

Eurico Gaspar Dutra (1946-1951)

Embora fosse do PSD, Eurico Gaspar Dutra tinha uma pauta política mais alinhada com a UDN. Como demonstração de seu alinhamento com o bloco capitalista, Dutra rompeu laços diplomáticos com a URSS e proibiu a atuação do PCB. 

Com um plano desenvolvimentista focado na industrialização do Brasil, Dutra tentou conseguir apoio financeiro dos Estados Unidos. No entanto, o país norte-americano estava mais interessado em conter o avanço comunista na Europa ocidental. 

O desenvolvimento não aconteceu e o país mergulhou em alta inflação, reforçada pela inundação dos produtos importados. Para tentar conter a situação, o então presidente cria o plano SALTE com foco em investimentos em áreas estratégicas: Saúde, Alimentos, Transporte e Energia. Também não houve êxito. 

Getúlio Vargas (1951-1954)

Getúlio Vargas é eleito presidente por meios democráticos, mas encontra um cenário bem diferente do seu primeiro governo. Nesse novo governo, ele adota uma postura de negociador no âmbito internacional. A ideia é atender os interesses nacionais e ainda conseguir barganhar com os Estados Unidos. 

Nessa fase, foi criada a Petrobrás como desdobramento da campanha “O Petróleo é Nosso”. Os EUA não gostaram dessa postura nacionalista e iniciam pressão contra o governo brasileiro. 

Vargas ainda enfrenta dificuldades para lidar com a oposição, especialmente após o episódio que se tornou conhecido como Crime da Rua Tonelero. Carlos Lacerda, principal nome da UDN e opositor de Vargas, sofreu um atentado. Embora Lacerda tenha saído sem ferimentos, seu acompanhante Major Rubem Vaz veio a óbito. 

Gregório Fortunato, chefe de segurança de Vargas, foi ligado ao atentado. Houve intensa pressão sofre Vargas que acabou cometendo suicídio, ele atirou contra o próprio peito. Sua despedida ocorreu através de uma carta em que disse que saía “da vida para entrar na história”.

Café Filho, Carlos Luz e Nereu Ramos (1954-1956)

Café Filho, do PSP, o vice de Vargas, assumiu o governo adotando uma postura mais liberal. Em novembro de 1955, ele precisou se afastar do cargo por problemas de saúde. Seu substituto foi Carlos Luz, da UDN que acabou deposto após apenas 3 dias de governo. 

Juscelino Kubitschek (1956-1961)

Juscelino Kubitschek teve sua posse garantida, entre outros fatores, pela atuação do marechal Henrique Lott. O governo de JK caracterizou-se pela política desenvolvimentista que se apoiava na atração de capitais estrangeiros, especialmente europeus. Principais feitos do governo de JK: 

  • Investimento na construção de hidrelétricas (Furnas e Três Marias);
  • Ampliação da malha rodoviária;
  • Investimento na extração de petróleo; 
  • Aumento da oferta de veículos (empresas estrangeiras); 
  • Construção de Brasília (transferência da capital do Rio de Janeiro para o Planalto Central).

Ainda que defendesse o desenvolvimentismo, com parceria com a iniciativa privada, o governo de JK não foi um sinônimo de sucesso. Ao longo desse governo a inflação aumentou, assim como a desigualdade social. Os salários se mantiveram estagnados e a dívida externa aumentou. 

Jânio Quadros (1961)

Jânio Quadros foi eleito pela UDN, porém, ele não atuou como o partido esperava. Seu governo durou somente seis meses, sendo marcado por polêmicas e controvérsias. A campanha de Jânios se baseava no combate a corrupção, uma acusação bastante feita a JK. 

Mostrando-se conservador, o então presidente proibiu biquínis em desfiles de moda e restringiu a prática de apostas. Porém, paralelamente se mostrou aberto para negociações internacionais tanto com países do bloco capitalista quanto do bloco socialista. 

O próprio partido de Jânio o criticava por suas alianças com países socialistas. As controvérsias levaram Jânio Quadros a renunciar à presidência em agosto de 1961. Em sua carta de renúncia ele citou a pressão que estava sofrendo dos seus opositores. 

João Goulart (1961-1964)

Conhecido pelo apelido Jango, João Goulart, era o vice de Jânio Quadros e por isso deveria assumir após a renúncia do ex-presidente. A Constituição de 1946, previa candidaturas separadas para os cargos de presidente e vice. Por isso, o vice do presidente da UDN, era um nome do PTB. 

Houve a contestação inicial a Jango, porém, ficou decidido que seria instituído um sistema parlamentarista. Tancredo Neves foi escolhido como primeiro-ministro. Sob acusações de ser comunista, João Goulart teve muita dificuldade de governar. Em março de 1964, setores militares de oposição organizaram um golpe que iniciaria a ditadura. 

Agora você conhece mais sobre o período democrático do Brasil entre 1945 e 1954. Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag Medicina!

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