As crescentes estatísticas de ISTs em jovens brasileiros
Nos últimos dez anos, houve significativo aumento das estatísticas de Infecções Sexualmente Transmissíveis ISTs em jovens. O aumento chegou a 64,9% na população entre 15 e 19 anos, já entre, a população entre 20 e 24 anos chegou a 74,8%. Essas estatísticas são bastante alarmantes por demonstrar um sério problema de saúde pública.
A realidade do aumento de ISTs em jovens
Receber o diagnóstico de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), principalmente a de infecção por HIV, não é nada fácil em qualquer idade. Contudo, entre a população mais jovem esse é um momento ainda mais espinhoso.
O indivíduo com menos de 20 anos nem sempre tem perspectivas já definidas para o seu futuro. E mesmo nos casos em que o jovem já tem alguma segurança do que fará de sua vida ainda se sente perdido diante de um oceano de incertezas.
De acordo com dados do Boletim Epidemiológico HIV/Aids houve considerável aumento do número de jovens com diagnóstico de ISTs. Na população com idade entre 15 e 19 anos o aumento chegou a 64,9%. Entre os jovens com idade de 20 a 24 anos, o aumento foi de 74,8%. O período considerado pela pesquisa foi de 2009 a 2019.
Falsa sensação de segurança
Especialistas acreditam que o aumento de diagnósticos de ISTs em jovens se deve a uma falsa sensação de segurança. Os indivíduos dessa faixa etária não passaram por nenhuma epidemia de HIV e Aids, como aquela ocorrida na década de 1980. Embora a maior parte dessas pessoas conheça a realidade, não está sensibilizada por ela.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), divulgados em 2020, 80% dos homens adultos se consideram fora de risco de contaminação. É importante salientar que esse grupo sabe o que são as ISTs e quais são seus riscos. Muitos jovens acreditam que o fato de ter tratamento para Aids minimiza a gravidade da contaminação por HIV.
No entanto, ainda que os soropositivos vivam bem melhor do que no passado, ainda há sintomas colaterais da doença. Também é importante estar ciente de que existe um compromisso contínuo com o tratamento. Logo, a prevenção é o melhor caminho.
A importância de atualizar o diálogo
De acordo com outro estudo realizado pela SBU, 41,67% dos jovens não tem o hábito de conversar sobre sexo. A família e a escola são canais pouco acessados para tirar dúvidas. Esse panorama nos revela a necessidade de atualizar o diálogo com esse grupo populacional, devem ser consideradas as especificidades e contextos de cada um.
Também de acordo com essa pesquisa, 15% dos jovens entre 12 e 18 anos já teve uma relação sexual. Contudo, desse grupo 44% não usaram preservativo na primeira vez e 35% apontaram como raro o uso da camisinha. Algo bastante preocupante é que entre os meninos, 38% afirmaram que não sabem nem colocar o preservativo.
O ideal é que os jovens tenham acesso a um diálogo aberto sobre relações sexuais e entendam a relevância de prevenir ISTs e até uma gravidez na adolescência. Embora o HIV não represente o fim, é fundamental evitá-lo.
Sinais e sintomas de ISTs
Os sinais e sintomas de ISTs podem variar de acordo com a infecção e ser mais ou menos incômodos. Os sintomas mais comuns que despertam sinal de alerta são:
- Corrimentos;
- Úlceras;
- Verrugas;
- Dor local;
- Lesões na pele.
A prevenção de ISTs é uma questão relevante de saúde pública, pois contribui para evitar as complicações dessas doenças. Dentre as evoluções de quadros podemos citar doença inflamatória pélvica, responsável por causar dor e esterilidade. Outra complicação que pode surgir é a gravidez ectópica (gravidez fora do útero).
Prevenção de ISTs
O público jovem deve estar plenamente ciente das formas de prevenção de ISTs. Boa parte dessas doenças são evitáveis. Confira abaixo os principais métodos de prevenção de ISTs:
- Preservativo masculino ou feminino (esse é indispensável);
- Estratégias de vacinação;
- Uso de medicações anti-HIV por grupos que apresentem vulnerabilidade, como profissionais do sexo, por exemplo.
Buscando ajuda
Quando uma pessoa esteve em alguma situação de possível exposição a uma IST, deve buscar pela testagem gratuita no Centro de Testagem Anônima (CTA). O CTA é um programa do Sistema Único de Saúde com a finalidade de aconselhamento e diagnóstico do HIV, Sífilis e Hepatites B e C.
Nesse centro, os indivíduos são acolhidos e podem conversar abertamente com profissionais qualificados. São realizados testes rápidos e os resultados são comunicados imediatamente. Os resultados são confidenciais.
Também há uma conversa a respeito da importância da prevenção combinada nos casos negativos. Esses pacientes são encaminhados para as vacinas gratuitas que estão disponíveis no SUS. Nos casos de diagnóstico positivo, é realizado o encaminhamento do paciente ao local adequado para o tratamento.
Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico menor será o impacto para a saúde e isso permitirá a quebra de uma possível cadeia de transmissão. É uma forma de proteger outras pessoas de serem infectadas.
Agora você sabe mais sobre as crescentes estatísticas de ISTs. Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag Medicina!