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27/12/2024 História

Conheça mais a economia cafeeira

Escrito por Hexag Educacional @hexagmedicina
Conheça mais a economia cafeeira

A economia cafeeira foi um ciclo econômico que ocorreu durante o período da República Velha e se refletiu na política do período. A seguir explicaremos mais sobre esse período da história brasileira e como ele impactou no desenvolvimento industrial nacional.

O que foi a economia cafeeira?

Durante a República Velha, especialmente na fase chamada de “república dos oligarcas” (1894-1930), a cultura do café foi o principal motor econômico. O produto era líder nas exportações sendo seguido pela borracha, pelo açúcar e outros insumos. O ciclo do café começou a ganhar força no século XIX em duas regiões específicas:

  • Vale do Paraíba, nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro;
  • Oeste Paulista. 

A economia cafeeira dominou o mercado nacional e se baseava em um modelo de produção chamado de plantation. Nesse modelo se destacavam as grandes propriedades monocultoras e que utilizavam mão de obra escravizada. 

O estado de São Paulo liderava a produção do grão, o que se refletia em grande influência na política nacional. A economia cafeeira levou ao desenvolvimento de três processos complementares:

  • Imigração de estrangeiros para o Brasil;
  • Urbanização;
  • Industrialização. 

Características do ciclo do café

Confira a seguir as principais características da economia cafeeira.

  • Modelo plantation – nesse período havia propriedades monocultoras nas quais o café era produzido em áreas extensas com o uso de mão de obra escravizada. 
  • Barões do café – os fazendeiros, muitos membros da antiga elite ou comerciantes, eram conhecidos pela alcunha de barões do café. 
  • Investimentos altos – o cultivo de café demandava investimentos muito altos por características da planta que só trazia retorno após quatro anos. 
  • Sistema rudimentar – não havia preocupação com a produtividade da terra e nem mesmo investimentos em ferramentas adequadas. 

Imigração de estrangeiros

A imigração de estrangeiros, especialmente europeus, começou na segunda metade do século XIX, durante o Segundo Império. O governo brasileiro criava incentivos para essa imigração, pois necessitava de mão de obra livre e qualificada para atuar nas lavouras de café.

A mão de obra escrava, utilizada massivamente até então, passou a ser alvo de duras críticas e pressão de grupos abolicionistas e republicanos. A abolição da escravidão foi efetivada em 1888. No ano seguinte, 1889, foi proclamada a República. 

Esses acontecimentos contribuíram para intensificar a imigração e a permanência dos imigrantes. Uma nova onda de imigração ocorreu, em 1918, após o fim da Primeira Guerra Mundial. A economia cafeeira nesse período já havia se tornado um complexo econômico com várias extensões.

Urbanização

Muitos imigrantes que chegavam ao Brasil em busca de trabalho nas lavouras de café acabavam se deslocando para núcleos urbanos que estavam surgindo. Cidades como Rio de Janeiro e São Paulo passaram a ter amplo desenvolvimento urbano para facilitar o processo de distribuição e escoamento do café. 

Devemos lembrar que o café impulsionava a economia brasileira por ser um produto direcionado à exportação. Houve ampliação das linhas férreas nesse período, o que tornou mais fluido esse processo. 

Industrialização

O grande número de imigrantes nos centros urbanos contribuiu para o surgimento de empregos urbanos assalariados. Também se desenvolveram outras fontes de renda como artesanato, profissões liberais e fabriquetas de fundo de quintal. 

A combinação dessas novas formas de trabalho adotadas pelos imigrantes e o desenvolvimento urbano para o escoamento do café se refletiram na industrialização crescente. As indústrias passaram a se proliferar nos centros urbanos. 

O Brasil já contava com diversas fábricas, por volta de 1880, porém, nem uma estrutura bem desenvolvida. No entanto, em meados das décadas de 1910 e 1920, as fábricas passaram a ter presença expressiva em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo.

Desenvolvimento da indústria na economia cafeeira

A exportação do café e importação de outros produtos para atender ao mercado interno brasileiro levou ao desenvolvimento de estruturas fabris. Diversos maquinários aportaram em terras brasileiras uma vez que os produtores de café começaram a investir em fábricas. 

Os tipos de indústria que mais se destacaram nesse período foram:

  • Indústria têxtil (produção de tecido);
  • Indústria de bebidas;
  • Indústria de alimentos. 

O processo de modernização agrícola também contribuiu para que os setores industriais supracitados se desenvolvessem. Para garantir a estabilidade na produção industrial foi necessário manter o valor da moeda brasileira. 

O controle do valor da moeda tinha como finalidade evitar a desvalorização do principal produto de exportação, o café, no mercado internacional. Sendo assim, o governo brasileiro dava prioridade para o café, deixando a atividade industrial em segundo plano.

Organizações de trabalhadores

A partir da década de 1930, na Era Vargas, houve o desenvolvimento de uma política econômica focada no desenvolvimento pleno industrial. No entanto, mesmo antes desse foco já tinha começado a se formar organizações de trabalhadores buscando melhores condições de trabalho.

Os trabalhadores organizavam protestos para exigir melhores condições de trabalho, entre outras exigências. Entre os trabalhadores brasileiros, o anarco-capitalismo ganhou destaque na década de 1920. Havia a influência das ideias anarquistas da Itália. Os imigrantes italianos traziam essas ideias para o Brasil.

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