Probabilidade aplicada à genética
Na Genética, a probabilidade é uma das ferramentas utilizadas para calcular probabilidades de ocorrer eventos. No artigo a seguir iremos explicar qual é a relação existente entre esse recurso matemático e essa área de estudos.
A genética e a probabilidade
O monge agostiniano Gregor Johann Mendel é considerado o pai da genética por ter desenvolvido estudos que levaram ao desenvolvimento dessa área do conhecimento. Para chegar aos seus resultados, Mendel utilizou métodos estatísticos para interpretar e calcular as probabilidades de os eventos ocorrerem.
Em linhas gerais, a probabilidade é utilizada para estimar matematicamente a possibilidade da ocorrência de eventos que acontecem ao acaso. Esse método pode ser definido pela seguinte fórmula:
P(A) = AS
Sendo:
- P – a probabilidade de um evento acontecer;
- A – número de eventos desejados;
- S – número total de eventos possíveis.
Exemplo
Ao lançar uma moeda para o alto existem duas possibilidades de resultado:
- A moeda pode cair com a face “cara” voltada para cima;
- A moeda pode cair com a face “coroa” voltada para cima.
Sendo assim, existem duas possibilidades, logo temos:
- ½ ou 50% de sair cara;
- ½ ou 50% de sair coroa.
A possibilidade de sair cara é de ½ uma vez que temos a chance de sair cara em duas possibilidades (cara ou coroa).
Importante!
Probabilidade nada mais é do que um evento que é uma possibilidade, ou seja, não há uma certeza de que ele ocorrerá. Então quanto mais repetições acontecerem mais chances de a previsão dar certo.
Ao utilizar os cálculos de probabilidades em genética não temos como afirmar que os indivíduos nascerão obrigatoriamente com os genótipos calculados. Trata-se de uma questão de sorte. Então quanto mais indivíduos nascerem mais chances haverá de os resultados práticos se aproximarem dos cálculos.
Regra do “e”
Se a ocorrência de um evento não afeta a ocorrência do evento seguinte dizemos que eles são eventos independentes. Então para calcular a probabilidade da ocorrência de eventos independente de uma única vez utilizamos a chamada regra do “e”.
Exemplo
Quando jogamos duas moedas para o alto qual é a probabilidade de as duas caírem em “cara”? Sair “cara” em uma moeda não afeta a chance de sair “cara” na outra moeda. Nos casos em que acontece esse tipo de eventos multiplicamos as probabilidades dos eventos independentes.
Probabilidade de sair “cara” X probabilidade de sair “coroa”
12 x 12 = 14
R = 1/4 ou 25%
Exemplo
Na genética nós utilizamos a mesma linha de raciocínio. Por exemplo, qual é a probabilidade de um casal ter dois filhos do sexo feminino? Confira abaixo a resolução:
O nascimento da primeira filha não tem impacto sobre o nascimento do segundo filho, ou seja, não determina que essa criança será uma menina. A segregação dos alelos de um gene acontece ao acaso, assim como jogar uma moeda para cima obtendo “cara” ou “coroa”. Então:
Probabilidade de ser menina x probabilidade de ser menina
12 x 12 = 14
R = 1/4 ou 25%
Regra do “ou”
Utilizamos a regra do “ou” quando desejamos calcular a probabilidade de acontecer um evento ou outro em uma mesma oportunidade. Podemos exemplificar através do questionamento: qual é a possibilidade de sair “cara” ou “coroa” numa jogada de moeda?. Confira a resolução:
Os dois eventos não acontecem juntos, pois ocorre um ou outro, isto é, são mutuamente exclusivos. Então quando esse tipo de situação acontece somamos as duas probabilidades:
Probabilidade de sair cara X probabilidade de sair coroa
12 + 12 = 14
R = 1
Exemplo 2
Qual é a possibilidade de um casal ter dois filhos sendo um menino e uma menina? Nesse caso, podemos usar as duas regras:
Probabilidade de ser menina (1° filho) x Probabilidade de ser menino (2° filho)
Probabilidade de ser menino (1° filho) x Probabilidade de ser menina (2° filho)
12 + 12 = 14 OU 12 + 12 = 14
14 + 14 = 12
R = 1/2
Quem foi Gregor Mendel?
O monge agostiniano Gregor Mendel nasceu em 1822, no território que atualmente é a República Tcheca. Tornou-se conhecido como pai da genética moderna devido aos seus estudos pioneiros. Os estudos realizados por Mendel com ervilhas no jardim do mosteiro se tornaram a base para a compreensão a respeito de hereditariedade.
Mendel realizou experimentos sistemáticos cruzando ervilhas com variedades distintas para poder observar as características que eram transmitidas através de gerações. O monge identificou que algumas características seguiam padrões previsíveis, isso o levou a formular princípios fundamentais de herança:
- Lei da Segregação dos Fatores;
- Lei da Segregação Independente.
Essas leis são conhecidas também como a Primeira e a Segunda Lei de Mendel. Inicialmente as descobertas de Mendel foram ignoradas pela comunidade científica, porém, foram redescobertas no começo do século XX. Em 1990, sua importância foi reconhecida. Mendel faleceu em 1884.
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