O que são conflitos interestatais?
O número de conflitos interestatais cresceu consideravelmente após o fim da Segunda Guerra Mundial. No entanto, é possível observar que o número de vítimas fatais de conflitos armados caiu, ou seja, delineou uma curva oposta.
É importante esclarecer que a palavra conflito nesse contexto diz respeito a choques de interesses ou posicionamentos distintos acerca de temas variados, como os valores nacionais, por exemplo.
Para ser considerado como um conflito, é necessário que tenha magnitude e duração significativa para pelo menos duas partes, que podem ser grupos de Estados, Estados ou organizações.
Os conflitos podem variar desde aqueles que não geram violência até os extremamente violentos. Na categoria de conflitos não violentos se encaixam os latentes e os manifestos. Já na categoria dos violentos, entram as crises, crises severas e a guerra.
Essas categorizações são utilizadas pela comunidade internacional para fazer a análise da problemática dos conflitos. O conceito de guerra também é relevante para prosseguirmos nessa análise. De acordo com o Direito Internacional Humanitário, uma guerra é toda luta armada realizada entre dois ou mais Estados.
Continue lendo para entender mais sobre esse tipo de conflito que vem crescendo consideravelmente nas últimas décadas pelo mundo.
Afinal, o que são conflitos interestatais?
Como mencionamos, desde o fim da Segunda Guerra Mundial o número de mortos em decorrência de conflitos armados vem diminuindo em oposição ao aumento dos chamados conflitos interestatais. Houve o aumento de conflitos intraestatais (dentro dos Estados) e constância do número de conflitos interestatais (entre diferentes Estados).
Logo, os chamados conflitos interestatais são aqueles que desencadeiam situações bélicas entre dois ou mais Estados. Nas últimas décadas, foi possível observar a manutenção da frequência desses conflitos, algo diferente do que ocorre com os conflitos intraestatais.
Por que conflitos intraestatais crescem mais do que conflitos interestatais?
No período entre 1946 e 1989, houveram 718 conflitos intraestatais. Entre os anos de 1990 e 2004, foram registrados 429 conflitos dessa natureza. Se a frequência tivesse sido mantida no mesmo passo que durante a Guerra Fria, teriam sido registrados 207 conflitos armados intraestatais nesse período, ou seja, tivemos mais do que o dobro.
Esse é um fator que demonstra mudança na lógica de desenvolvimento de tais conflitos. É interessante compreender que, ao mesmo tempo em que existe mais paz entre os Estados, há menos paz dentro das sociedades dos Estados. Há uma série de razões que explicam o crescimento dos conflitos internos dos Estados em contraposição aos conflitos entre diferentes Estados.
Resolução de conflitos interestatais
Estudos geopolíticos das últimas décadas vêm demonstrando que muitos conflitos interestatais estão sendo resolvidos por meio de negociações. Cada vez menos esses conflitos desencadeiam guerras e combates bélicos.
Resoluções não violentas de questões conflituosas entre Estados têm sido impulsionadas pelo trabalho de diversas organizações internacionais, como Nações Unidas, Comunidade Econômica e Monetária Central, Organização pela Segurança e Cooperação na Europa, Organização dos Estados Americanos entre outras.
Globalização
A variável tecnológica que gera grande interdependência entre os Estados globalizados pode ser mencionada como algo relevante para a promoção da paz interestatal. Vivemos um momento em que a tecnologia dita o ritmo de caminhada do mundo e, por isso, é cada vez mais imprescindível para os países se estabelecerem nesse setor.
A tecnologia se tornou a base para o desenvolvimento comercial dos países. Para alcançar um bom desenvolvimento é imprescindível que haja cooperação entre os Estados. E quanto mais cresce essa tendência de desenvolvimento do mercado com base na cooperação, menos conflitos armados entre Estados acontecem. Logo, há um número bem menor de vidas perdidas em tais conflitos.
Sistemas de defesa dos Estados
Como vimos até esse ponto do artigo, houve considerável redução do número de conflitos entre Estados, ou seja, os conflitos interestatais. Essa nova configuração se reflete também em uma tendência de mudanças nos sistemas de segurança em âmbitos individuais e coletivos. Esse é um cenário que gera a reflexão a respeito do motivo para a existência de sistemas de defesa dos Estados e de grupos de Estados.
O contexto atual pode explicar a manutenção da produção de armas de destruição em massa, pelo fato de existirem novas ameaças, como o terrorismo internacional, por exemplo. No entanto, devemos dizer que essa não é uma análise completa e que observa todas as variáveis. Ainda paira sobre o cenário geopolítico ameaças de novas guerras que, nesse caso, estariam ligadas ao choque entre diferentes culturas do planeta.
Para alguns especialistas, o conflito entre a civilização ocidental e a civilização muçulmana é apenas uma parte dessa nova construção conflituosa. É possível que haja uma aliança entre muçulmanos e confucionistas (China).
Estima-se que as guerras do futuro terão cunho religioso. No entanto, é importante dizer que essas são apenas algumas previsões acerca da nova configuração de conflitos interestatais e não uma certeza. Nesse momento, esses conflitos parecem estar se tranquilizando.
Conflitos interestatais são conflitos entre diferentes Estados. Para conferir mais conteúdos de geopolítica e outras disciplinas, navegue pelo blog do Hexag Medicina e aproveite!